segunda-feira, 14 de maio de 2012

Coluna Politica



         Gado some do Sertão
Em meio a uma boa notícia - a descoberta de um poço no Pajeú com uma vazão de 20 mil litros por hora, dada ontem pelo secretário Ranilson Ramos (Agricultura) – um fenômeno vem tirando o sono do Governo: a redução do rebanho bovino no semiárido.
Os pecuaristas da região atingida estão se desfazendo dos animais numa velocidade impressionante. Nos últimos quatro meses, 725 mil animais já deixaram as propriedades de origem para venda ou abate precoce.
Na prática, um aumento de 112% comparado ao mesmo período do ano passado, que registrou 315 mil GTAS – guias de trânsito de animais. Magro e abatido, o gado está sendo vendido a preço de banana.
Em Itacuruba, um lote de 20 reses foi negociado por R$ 2 mil por um comprador do Maranhão. Na prática, o animal está saindo por R$ 100, quando o preço real é de R$ 900.
O mais preocupante é que a linha de crédito para financiamento de ração, prometida pela presidente Dilma na reunião dos governadores em Sergipe, há 20 dias, embaralhou na burocracia.
E quando sair grande parte dos criadores não poderá ser contemplado, porque há registros de inadimplência bancária. Sendo assim, não há outra saída que não a de se desfazer do rebanho para evitar a morte na caatinga por falta de pasto.
BUROCRACIA- O secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, diz que perdeu a paciência com o excesso de burocracia do Governo Federal em relação à operação de financiamento da ração para o gado. Na sexta-feira passada, em Brasília, ele participou de uma reunião com a ministra de Planejamento, Miriam Belchior, para tratar do PAC da Estiagem, pelo qual estão sendo executadas as medidas de combate à seca, mas a linha de crédito da lavoura esbarrou na alta inadimplência por parte dos criadores.
Drama na mídia nacional - A seca é destaque na mídia nacional. O jornal O Globo publicou reportagem da repórter Letícia Lins com imagens chocantes no sertão pernambucano. No vilarejo Riacho do Ouro, em Floresta, mostrou “seu” Manoel Afonso dos Santos, de 82 anos, tentando, desesperadamente, salvar uma vaca das 20 que já havia perdido por falta de pasto.
O caso de Bodocó - Na reportagem de O Globo, a repórter narra que em Bodocó, no início deste mês, o agricultor João Batista Cardoso foi cobrar abastecimento regular na sede local da Compesa e acabou morto, porque se desentendeu com o chefe do escritório da estatal, José Láercio Menezes, que disparou o tiro e continua foragido. Este caso foi antecipado com exclusividade pelo blog.
Contagem regressiva - Os aliados do prefeito João da Costa e do deputado Maurício Rands, que disputam as prévias do PT para escolha do candidato do partido a prefeito do Recife, iniciam a semana fazendo contas. A eleição primária está marcada para o próximo domingo, com direito ao voto eletrônico garantido pelo TRE. Estão aptos a votar mais de 26 mil filiados.
Adutora duplicada - No PAC da Estiagem, a ministra Miriam Belchior garantiu R$ 200 milhões ao Governo do Estado para duplicar a capacidade da Adutora do Oeste, com cerca de 700 km. As obras, segundo o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, devem começar de imediato. Com isso, mais de 40 municípios ficarão livres de racionamento de água em dois anos.
CURTAS
DIÁLOGO– Um dia após o presidente da Câmara, Lícios Cavalcanti (PCdoB), formalizar sua candidatura a prefeito de Caruaru, o prefeito José Queiroz (PDT) anunciou numa emissora de rádio do município o desejo de retomar o diálogo com o vice-governador João Lyra. O deputado Wolney Queiroz, filho do prefeito, confirmou no twitter. Queiroz e Lyra não se bicam.
LÍNGUA AFIADA– Aliados do governador Eduardo Campos (PSB) em Paulista já fizeram chegar aos ouvidos dele os impropérios que ouvem da boca do pré-candidato do PT a prefeito, Sérgio Leite. Enciumado com o avanço candidatura do socialista Júnior Matuto, Leite tem malhado o governador de forma impiedosa. Cutucar com vara curta, para quem conhece a personalidade do governador, não é um bom caminho.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – A presidente Dilma vai ser dobrada pelos burocratas e retardar as medidas de combate à seca?

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