sexta-feira, 25 de maio de 2012

Coluna Politica


     Crônica de um golpe anunciado
A impressão que ficou da decisão da executiva nacional do PT, de anular o resultado da prévia vencida pelo prefeito João da Costa, é de um golpe. Reunidos com os cabeças e comandantes do PT, os auditores que passaram dois dias fazendo uma verdadeira varredura na lista dos votantes não puderam mentir.
Disseram que não houve fraude, mas falhas. Ora, falhas existem em qualquer processo, mas é preciso saber se essas falhas chegaram a ser tão graves assim, a ponto de anularem a eleição. Após sair do encontro, o presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, afirmou, sem arrodeios: “Não foram encontrados votos piratas”.
Quando perdeu, Maurício Rands disse que João se elegeu com votos piratas. Está provadoque isso foi discurso de derrotado. E porque anularam? Porque o PT majoritário de Pernambuco, com a anuência do governador Eduardo Campos, quer se livrar de João da Costa a qualquer custo.
A ordem é massacrá-lo, golpeá-lo, desmoralizá-lo. Não se pode concluir de forma diferente. É o PT cassando o próprio PT. Sem motivos. Não querem João da Costa em cima de argumentos falhos e mentirosos.
Argumentam que sua rejeição é irreversível e que ele não se reelege. Em 2004, quando disputou a reeleição, João Paulo tinha percentuais bem maiores de rejeição.
 Além disso, no Recife, onde Lula se transformou num santo milagreiro, Dilma tem 82% de aprovação e o governador 86%, até um pato manco, com o apoio fechado e o respaldo desses pesos pesados, se elege fácil. Mas como a ordem é dar o golpe, paciência!
INTERVENÇÃO- Num determinado momento da tensa e nervosa reunião da executiva nacional do PT, ontem, em São Paulo, o deputado licenciado Mauricio Rands chegou a defender uma intervenção no diretório municipal do Recife, dando poderes ao PT nacional para indicar um novo nome do partido para disputar no lugar dele ou João da Costa. Quem passou a informação, postando nas redes sociais, foi o deputado Fernando Ferro.
Razão da ausência - O deputado João Paulo foi orientado pela executiva nacional do PT a não acompanhar a reunião de ontem em São Paulo. Tudo porque tem muita gente irada com ele no comando da legenda, achando que tudo isso – a crise do partido no Estado – teria sido evitada se ele em 2008 tivesse apoiado Humberto Costa.

Pesadelo paulista - O prefeito João da Costa pensou em recorrer da decisão na justiça, mas acabou sendo convencido a se dobrar ao resultado imposto pelos cardeais do PT em São Paulo. E saiu do encontro com um discurso bem light, pregando a unidade do partido para a próxima etapa a ser enfrenta após a segunda prévia. Mas pelo tom da radicalização, isso é um pesadelo.
Organização imposta - Na nova prévia do dia 3 de junho, o diretório municipal do PT não terá autonomia para promover a sua organização e montagem. Toda decisão ficará submetida aos chefões de São Paulo. Fica prevalecendo a mesma lista da eleição passada, a que foi submetida ao diretório nacional e aprovada, podendo haver a inclusão de novos eleitores.
Nem aí - Enquanto o PT se digladia, o governador Eduardo Campos bota o pé na estrada. Hoje, na volta ao Sertão, faz uma visita à Fenagri – Feira Nacional da Irrigação – em Petrolina. E amanhã, logo cedo, em companhia do secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, visita um projeto de irrigação comunitário no Vale do São Francisco que vem obtendo excelentes resultados.


CURTAS
CABO SAI HOJE– Sai hoje, finalmente, a pesquisa de intenção de voto para prefeito do Cabo, contratada por este blog ao Instituto Opinião. Tivemos que adiar a divulgação em razão das atenções voltadas para a decisão do diretório nacional do PT, ontem, em São Paulo.
FISCALIZAÇÃO– O vereador Alvinho Patriota, da bancada do PV na Câmara de Salgueiro, conseguiu aprovar, ontem, no plenário da Casa, projeto propondo maior participação da sociedade nos programas de combate à seca. Os comitês passam a ter representação dos sindicatos rurais e associações comunitárias.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – O PT pernambucano não respeita mais a sua democracia interna?

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