segunda-feira, 21 de maio de 2012

Coluna Politica


        Esperança no tapetão
Ao derrotar, ontem, Maurício Rands na prévia do PT por uma diferença de 585 votos, o prefeito João da Costa mostrou que detém o controle do partido e da sua militância. Aos que o subestimaram e venderam a versão de que estava isolado e seria massacrado nas urnas, deu uma lição de que também sabe jogar no ataque recorrendo às armas mais potentes para destruir os inimigos.
A vitória poderia ser sido bem mais ampla não fosse a guerra das liminares. O verdadeiro exército de eleitores do prefeito – os servidores com cargos comissionados e integrantes do Orçamento Participativo – não teve o direito de exercer o voto.
Em uma das ações que Rands ganhou na justiça, pelo menos 12 mil petistas filiados na capital, em dia com a contribuição partidária – foram impedidos de comparecer às urnas. Rands, Humberto Costa e João Paulo, já antevendo a derrota desde a semana passada, recorreram aos tribunais e, por fim, ao tapetão, quando, com a ajuda do diretório nacional, conseguiram adiar a proclamação oficial do resultado.
Se em Brasília o comando nacional não oficializar a vitória de João Paulo estará sacramentando o tapetão, recurso que Rands tentou, primeiro, quando influenciou a votação de uma ação contra João no TCE, retirada de pauta. Depois, ao impedir a apuração do resultado da prévia e, consequentemente, a sua proclamação.
GOVERNADOR DERROTADO- Independente do que o PT nacional venha a decidir, o fato é que o prefeito João da Costa não derrotou apenas Maurício Rands. Sai igualmente derrotado o governador Eduardo Campos (PSB), que inventou a candidatura de Rands, seu ex-secretário de Governo. E, pela ordem, o deputado João Paulo, que se juntou a Rands para se vingar do ex-aliado; e o senador Humberto Costa, que traiu o prefeito, além de toda a cúpula da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB).
Postura contraditória - Enviado pela direção nacional do PT para acompanhar a prévia, Eloi Pietá concluiu que o resultado da eleição vencida por João da Costa tem que passar por uma auditória. Paradoxalmente, em meio à guerra das liminares, admitiu levar Rands para o Conselho de Ética do partido, pelo fato de ter judicializado o pleito. Em qual postura acreditar?


Só vale para João? - Até o momento em que imaginava vencer a prévia, Rands, em nenhum momento, pregou a tese de que o resultado teria que ser reconhecido e proclamado pela direção nacional. Aliás, 40 dias de campanha se passaram e ninguém tocou no assunto. Se Rands tivesse ganhado a eleição, mesmo diante da guerra das liminares, o PT nacional anunciaria também auditoria?
Sinais de rifado - Além de sair derrotado, o deputado Maurício Rands corre o risco de não voltar mais para a Secretaria de Governo, de onde está afastado depois que entrou em campanha. O que se ouve no Palácio das Princesas é que o governador já decidiu que o substituirá, porque perdeu todas as condições políticas para continuar na função.
Na cola - O pré-candidato do PPS a prefeito do Recife, Raul Jungmann, dá entrada, hoje, ao meio dia, num amplo pedido de informações ao prefeito João da Costa. A iniciativa se dá três dias após a presidente Dilma sancionar a Lei de Acesso à Informação, pela qual toda e qualquer autoridade fica obrigada a responder todo e qualquer questionamento. 

CURTAS
SINAIS NAS RUAS– A vitória de João da Costa estava visível, ontem, nas ruas, especialmente nas 13 zonas de votação, onde aparecia um maior número de camisas com o número 20. A militância do prefeito também foi a que fez mais barulho.
ALTERNATIVO– O senador Armando Monteiro Neto reúne, hoje, o grupo do bloco alternativo para discutir o pós-eleição prévia no PT. O quadro, segundo ele, é muito favorável para o lançamento de um candidato alternativo da Frente Popular, porque, em sua opinião, o PT se inviabilizou.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – O governador vai lançar um candidato do PSB para concorrer à Prefeitura do Recife?

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