Coluna Politica

A primeira vaia A presidente Dilma estreou de fato na política, ontem, ao levar a primeira vaia em público dos prefeitos que organizaram uma marcha a Brasília para acelerar a votação da distribuição dos royalties do petróleo. E foi justamente quando tratou dessa questão específica que ocorreu a manifestação hostil. Os gestores não gostaram de saber que se o projeto passar os recursos só entrarão nos cofres dos municípios a contar da data de aprovação da medida e não de forma retroativa. Na verdade, a presidente foi muito sincera. O problema foi como se expressou, passando antipatia e, o pior, arrogância. Se ela tivesse antes reconhecido as dificuldades dos municípios, que são muitas, provavelmente ninguém vaiaria, nem mesmo os que ali já foram com essa intenção. Dilma é durona, tem uma personalidade forte e muitos ministros tremem quando estão diante dela. Foi assim lá atrás, quando coordenou o Governo Lula substituindo José Dirceu, e está sendo agora no exercício da Presidência da República. Trata-se de um traço da sua personalidade, que não vai mudar nunca, até porque lhe falta jogo de cintura, tato político, o que não se adquire da noite para o dia, principalmente quando não se tem interesse. QUEM FALA A VERDADE?- Na troca de farpas, ontem, entre o vice-governador João Lyra Neto e o prefeito de Caruaru, José Queiroz, ambos do PDT, o que mais chamou atenção foi a revelação bombástica de Queiroz, de que não fosse o interesse dele como presidente da legenda pedetista no Estado, o aliado não teria sido confirmado na vice como candidato à reeleição. Resta saber o que dirá João Lyra, que falou antes e não teve direito a réplica. . Só Afogados reage - A promotora de Afogados da Ingazeira, Ana Clézia Nunes, que impôs a lei do silêncio naquele município, disse, ontem, a este blogueiro, no programa Frente a Frente, que dois outros municípios – Ribeirão e Vitória de Santo Antão – também tiveram as mesmas medidas implantadas, sem que as respectivas populações tenham reagido no grito como Afogados. O grito do Sertão - A manifestação em Afogados da Ingazeira, ontem, contra as medidas restritivas do MP em relação à lei do silêncio, atraiu mais de quatro mil pessoas. A cidade parou. O comércio não funcionou e até o prefeito Totonho Valadares (PSB) acompanhou a passeata. Após o protesto, a promotora recebeu uma comissão, mas não há notícias de que ela venha a ceder. O bombeiro - O governador Eduardo Campos (PSB) tomou um susto, ontem, com o nível de agressão entre o vice-governador João Lyra Neto e o prefeito José Queiroz. Ele acompanha atentamente o processo de distanciamento dos seus aliados na capital do forró, mas não esperava uma troca de farpas tão virulenta. O vice-prefeito Jorge Gomes se ofereceu para apagar o incêndio. O vice de Renildo - O PT em Olinda não vai conseguir manter a vaga de vice na chapa do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB). Apesar de a deputada petista Teresa Leitão ter saído do páreo, facilitando a reeleição do comunista, o vice preferido do prefeito é o ex-deputado Álvaro Ribeiro. Além de ser filiado ao PSB do governador Eduardo Campos, Ribeiro é amigo do peito de Renildo. CURTAS BLEFE– Os partidários do prefeito do Recife acham que os aliados do deputado Maurício Rands blefam quando dizem que ele (Rands) tem a maioria dos votos dos filiados ao PT com direito a ir às urnas na prévia marcada para o próximo domingo. Em Brasília, Humberto Costa, por exemplo, já canta vitória antes do tempo. GESTO– O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, fez um gesto com o prefeito de Ouricuri, Ricardo Ramos, ao participar das festividades de emancipação política do município na última segunda-feira. Guerra passou mais de quatro horas na cidade, saindo de lá já de madrugada. PERGUNTAR NÃO OFENDE – Por que o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, não dá um pio sobre a lei do silêncio em Afogados da Ingazeira?