sexta-feira, 9 de março de 2012


oluna da sexta-feira
        Picada pelo escorpião
Dilma subestimou o lado escorpião do PMDB e se deu mal. Sofreu a mais espetacular derrota no Congresso, quarta-feira passada, com a rejeição ao nome do diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo. A picada do escorpião é a versão mais atualizada da derrota anunciada.
Logo após o Carnaval, o vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, soprou no ouvido da presidente a insatisfação dos aliados de partido na Câmara e no Senado. Mas entrou por um ouvido de Dilma e saiu pelo outro.
O PMDB é a mala sem alça do Governo e a presidente sabe mais do que ninguém. E quer cargos, emendas e poder. Muito poder. Quer ainda o mesmo tratamento que o PT recebe do Governo. Diante do silêncio e do ouvido de mercador do Governo, o PMDB exercita no momento a plenitude do seu lado escorpião.
Primeiro, num manifesto fazendo ameaças veladas ao Governo e depois pelo voto, impondo a derrota de Bernardo, auxiliar da mais absoluta confiança da presidente, mas fragilizado por suspeita de malversação do dinheiro público.
O PMDB nunca vai perder a sua face escorpião. É o partido do toma lá, dá cá. Foi assim com Sarney, Collor, FHC e Lula. Não poderia ser diferente com Dilma, porque é da natureza do escorpião liberar o seu veneno com a sua picada mortal.
JÁ CEDEU – Ao saber na Alemanha da derrota sofrida no Senado, a presidente Dilma orientou sua retaguarda política a retomar movimentos para conter a insatisfação do PMDB. Sendo assim, o Governo, temendo nova picada do escorpião, já começou a analisar liberação de restos a pagar do orçamento. Os aliados rebeldes cobram a liberação de R$ 2,5 bilhões. Dilma tende a ceder as pressões também do PDT, que exige a nomeação do deputado Vieira da Cunha (RS), para o Ministério do Trabalho.
Quem cala... - O governador Eduardo Campos (PSB) não deu um pio em relação ao comportamento autoritário e as ameaças do seu aliado em Garanhuns, Antônio João Dourado. Seu silêncio só faz corroborar para a tese ouvida nos bastidores de que age como coronel e contamina aliados. É a velha estória de sempre: quem cala, consente.


Cadê a lista do TRE? - O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco ainda não se manifestou em relação à decisão do TSE que está mais mexendo no processo eleitoral deste ano: quem teve contas de campanha rejeitadas em 2010 está inelegível. O TRE do Rio saiu na frente. Segundo levantamento oficial, 40% dos candidatos tiveram contas reprovadas, totalizando 949 políticos. E em Pernambuco?
Farra dos tablets - A farra das dispensas de licitações corre solta no Senado. Ontem, foi confirmada a compra de 110 tablets para os 81 senadores e mais 29 servidores da Casa, provavelmente assessores mais próximos dos parlamentares. A conta é do contribuinte: R$ 190 mil. Segundo a mesa diretora da Casa, o objetivo é reduzir despesas com a impressão da pauta. Ah, bom!
Na pressão - No Piauí, o ex-senador Heráclito Fortes está sendo pressionado pela cúpula nacional do DEM para disputar a Prefeitura de Teresina. Casado com uma pernambucana do clã Coelho, Fortes já foi prefeito da capital piauiense. Os democratas querem lançar candidatos em 19 capitais, num esforço em recuperar as perdas para o PSD. No Recife vai com Mendonça Filho.
CURTAS  
MAIS MÉDICOS– O Governo Dilma quer ampliar o número de médicos formados no País. Os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, ambos em São Paulo, e o Moinhos de Vento, em Porto Alegre, vão receber apoio federal para criar suas próprias faculdades de Medicina.
REAÇÃO COMUM – O chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Instituto Nacional de Câncer, Daniel Herchenhorn, cuidou de tranqüilizar os amigos e familiares do ex-presidente Lula, proibido de receber a visita até dos filhos. Segundo o médico, infecções são comuns em pacientes com câncer.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Qual vai ser a nova derrota imposta pelo PMDB rebelde ao Governo Dilma?

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