Baderna toma conta de corredor de ônibus na Presidente Kennedy, em Olinda
Baderna toma conta de corredor de ônibus na Presidente Kennedy, em Olinda
A implantação de um corredor de ônibus na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, está gerando polêmica. Embora priorize o transporte público, a obra dificulta a circulação na via, a ponto de comprometer a segurança de pedestres, motoristas e passageiros. O corredor ainda não está pronto, mas é estreito e tem muitas curvas. Para quem circula por ele, a impressão é de desordem. Carros andam por onde os coletivos deveriam passar, estações viraram estacionamentos e a degradação já tomou conta de tudo. 

A principal queixa é com relação à segurança do tráfego entre ônibus e carros. Como a avenida tem muitas curvas nos cinco quilômetros de extensão (entre a Avenida Pan-Nordestina e o início da Estrada do Caenga) e por causa de descuido com os locais das paradas, os veículos acabam ficando muito próximos na saída das estações. Diante das falhas detectadas, a prefeitura já informou que fará adequações para evitar o conflito e ampliar o espaço destinado ao tráfego dos veículos particulares. Caminhões, por exemplo, não conseguem passar. Especialmente ao lado de algumas estações, implantadas em curvas.

A Avenida Presidente Kennedy não tem a mesma importância para o transporte público que possui a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife. Isso é fato, comprovado em números. Pela Kennedy, passam 39 linhas de ônibus metropolitanas e sete municipais, operadas por microônibus. No total, 422 veículos trafegam diariamente pela via. Na Avenida Conde da Boa Vista a proporção é muito maior. São 91 linhas de ônibus, operadas por 664 coletivos, que transportam 370 mil passageiros por dia. Mas a implantação do corredor de ônibus na via olindense tem recebido tanta crítica quanto a criação do Leste-Oeste na Conde da Boa Vista, quatro anos atrás.

O corredor de ônibus foi instalado no meio da via, como recomendam os técnicos em transporte, e tem 16 estações de embarque e desembarque (oito em cada sentido). Inicialmente, a obra previa apenas a requalificação. Depois, com a construção do Terminal Integrado de Xambá, o corredor foi projetado. Mas há quatro anos a obra se arrasta. O TI de Xambá deverá operar com 21 linhas de ônibus, atendendo a 85 mil passageiros por dia.

Os atropelos na Kennedy já são tão comuns que o poder público evita falar sobre a via. Coube ao gerente do Prometrópole, programa responsável por parte da intervenção, agora ligado à Secretaria das Cidades, Márcio Viana, explicar a situação. “É uma obra muito emblemática, na qual o corredor de ônibus é apenas parte dela. Tivemos muitas dificuldades e muitas interferências. Foram 79 desapropriações e o último imóvel foi resolvido há apenas quatro meses. Mas estamos perto do fim. Falta apenas fazer o recapeamento, colocar a iluminação, fechar todo o meio-fio e, principalmente, implantar a sinalização. A melhoria nas vias locais para passagem dos veículos particulares será feita pela Prefeitura de Olinda”, afirmou. A requalificação da Kennedy já recebeu R$ 8 milhões e será investido mais 1,7 milhão.