terça-feira, 27 de março de 2012

Coluna Politica



        Discurso cômico
Raciocinando com a hipótese de o secretário estadual de Governo, Maurício Rands, ganhar as prévias no PT para João da Costa, a linha do seu discurso em palanque seria cômica se não fosse trágica. Se não, vejamos: “Apresento-me ao Recife em nome do PT. O PT está no Governo, o prefeito é nosso aliado, teria direito à reeleição, mas o candidato sou eu”.
Quem teria a capacidade de entender? Quem vive distante do processo político vai imaginar que o PT está em outro planeta, em outra cidade, e não no Recife. Por um motivo muito simples: a gestão tem o carimbo do PT, não vem de hoje, mas há 12 anos o partido gere os destinos da capital.
O que João da Costa fez tanto de errado para Rands consertar de última hora, sem programa de governo, com uma candidatura inventada e improvisada?
Só se fosse mágico, com uma vara de condão para convencer a população que, mesmo estando filiado a um mesmo partido, integrante da mesma corrente petista do prefeito, se transformaria num verdadeiro salvador da pátria.
Numa rápida conversa com este blogueiro, sábado passado na casa do empresário Janguiê Diniz, Rands sapecou a seguinte pérola: “O que deu certo, vamos continuar. O que deu errado, consertar”. Deu para entender?
Não, mas pelo raciocínio dele, João da Costa será elogiado e bombardeado ao mesmo tempo. Haja contradição, hein?
GESTOS– Principal responsável pela invenção da candidatura do secretário Maurício Rands, o governador Eduardo Campos deu ordem expressa aos seus aliados para não entregar o jogo, ou seja, a sua participação direta no processo. Mas nem precisava! Os fatos vão se encarregando de mostrar o contrário, a começar pela euforia demonstrada por Rands diante dos aliados. Na política, 20% são palavras, 30% o que se escreve e 50% gestos. Os gestos palacianos falam mais alto.
As próximas intervenções - Os pré-candidatos petistas a prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, e de Paulista, Sérgio Leite, que abram os olhos: dependendo do desfecho na novela que se arrasta no Recife, o governador forçará o PT a uma intervenção nos dois municípios. Em Petrolina, em apoio a Fernando Filho (PSB). Em Paulista, ao socialista Júnior Matuto.
Da Fonte quer mudança - O bloco alternativo reforça o discurso de que lançará candidato em faixa própria para prefeito do Recife, independente do nome que venha a ser apresentado pelo PT. “Rands não representa mudança, ele é do PT e terá que defender essa gestão que está aí”, diz o presidente do PP, Eduardo da Fonte. Já Cadoca, presidente do PSC, age com cautela. “Vamos analisar o fato novo”, afirma.
Fernando amplia - Em Petrolina, o candidato do PSB a prefeito, Fernando Bezerra Filho, já emplacou o apoio de seis partidos – PV, PCdoB, PSL, PSC, PTN e PTdoB. E ganhou um aliado de peso em seu palanque: o até então desafeto Gonzaga Patriota, que com o apoio do grupo do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração), reassumiu o comando do diretório municipal.
Danilo ou Waldemar? - O PSB já tem dois nomes na mesa do governador para indicar a vice numa eventual chapa do candidato anti-João da Costa, Maurício Rands: o secretário de Cidades, Danilo Cabral, e o líder do Governo na Assembleia, Waldemar Borges. Se as prévias no PT vierem a ocorrer, dos 34 mil filiados no Recife aptos a votar pouco mais de seis mil terão interesse de irem às urnas.
CURTAS
PROCESSO NA CERTA– Se algum aliado do deputado Diogo Moraes (PSB) ligado ao movimento GLS entrar com uma queixa crime contra o prefeito de Toritama, Flávio Lima (PSD), ele pode ser enquadrado na lei que trata da homofobia. Lima chamou o deputado de “Dioguete” em um programa de rádio naquele município.
SONDAGEM– O deputado João Paulo vai sondar, hoje, o território petista em Brasília para saber se entra na disputa como candidato nas prévias que o partido deve realizar no Recife para escolha do nome. Já estão na disputa o prefeito João da Costa e o candidato palaciano Maurício Rands.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Rands assumiria uma candidatura de confronto ao prefeito João da Costa se não tivesse o aval do governador?

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