COLUNA POLITICA

Doença adia definição A internação do ex-presidente Lula, ontem, num hospital em São Paulo, para tratar um processo de infecção pulmonar, atrapalhou os planos do governador Eduardo Campos (PSB) de acelerar o processo sucessório no Recife. Foi o próprio Eduardo que comunicou ao senador Armando Monteiro Neto (PTB), num encontro antes do Carnaval, que o desfecho político na capital dependia de Lula. O governador já sinalizou para o grupo alternativo da Frente Popular que há uma forte tendência em sacramentar o nome do prefeito João da Costa. Na semana passada, a presidente Dilma veio ao Recife com a intenção apenas de reforçar, indiretamente, a posição do prefeito, já sabendo de antemão que tem não apenas a preferência de Lula como também do governador. Lula tem concentrado esforços na eleição de São Paulo. Foi dele a orientação a Dilma para abrir espaços para o PRB no Governo com a nomeação do Bispo Crivella para o Ministério da Pesca. Se não tivesse adoecido, o ex-presidente iria dizer, hoje, ao governador que sua preferência continua sendo, no caso do Recife, pela reeleição de João da Costa. Lula manda no diretório nacional do PT, que seguirá a sua orientação, arquivando qualquer mudança de curso de última hora, como uma candidatura de Humberto Costa ou, num cenário mais improvável ainda, o deputado João Paulo. A vez é de João da Costa. SEM NOMES – A reunião dos partidos da Frente Popular que tentam, ainda, viabilizar um nome para concorrer na base governista com o prefeito João da Costa (PT) foi transferida do escritório do senador Armando Monteiro para o do deputado Carlos Eduardo Cadoca, em Santo Amaro. Está marcada para as 11h30m. Ficou acertada a proibição de se falar em nomes, mas apenas na tese de candidaturas alternativas. A proibição se justifica pelo fato do movimento não contar com nomes com densidade eleitoral. Rasteira paulista - Na condição de presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos teve que antecipar sua ida, ontem, para São Paulo, sob o risco de sofrer uma acachapante derrota. O diretório estadual da legenda aprovou o apoio à candidatura a prefeito de São Paulo do tucano José Serra, contrariando Eduardo, que assumiu compromisso com o palanque de Fernando Haddad (PT). Guerra culpa partidos - O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, diz que não tem culpa pelo fato do nome da ex-deputada tucana Terezinha Nunes não ter viabilizado sua candidatura a prefeita de Olinda. “Os culpados são o DEM e o PMDB, que negaram apoio a ela, lançando, respectivamente, as candidaturas Armando Sérgio e Isabel Urquisa. “Se existe falta de solidariedade é de natureza partidária”, observa. O pulo do gato  - Pelo menos em três grandes colégios eleitorais do Interior, o PSDB deve se aliar a candidatos apoiados pelo governador Eduardo Campos. Presidente tucano, Sérgio Guerra já admite apoiar José Queiroz (PDT) em Caruaru; Fernando Bezerra Filho (PSB) em Petrolina; e João Dourado (PSB) em Garanhuns. O acerto já teria sido fechado numa conversa com Eduardo. A pedra de Serra - Um dado da pesquisa Datafolha sobre o crescimento de José Serra em São Paulo, passando de 21% para 30%, chamou atenção: dos entrevistados, 66% disseram que se ele for eleito abandona o cargo dois anos depois para disputar o Planalto. Está aí, portanto, o grande desafio do ex-governador: convencer de que arquivou o projeto presidencial. CURTAS   CRECHES– Não bastasse o governo ter terminado 2011 sem concluir nenhuma creche, das 633 unidades anunciadas como entregues pelo MEC desde o início do programa Pro Infância, no Governo Lula, apenas 221 estavam 100% concluídas até o mês passado, segundo levantamento do jornal O Globo. CIDADANIA – O deputado Inocêncio Oliveira (PR) ganha, na próxima sexta-feira, em Garanhuns, a 108ª cidadania. O título será entregue na festa de inauguração da reforma da Câmara. Hoje, o líder republicano reúne a sua tropa para discutir as eleições municipais e as mudanças das regras impostas pelo TSE. PERGUNTAR NÃO OFENDE – Quem será o próximo ministro de Dilma a ser sacrificado em função das acomodações eleitorais?