sábado, 20 de agosto de 2011

Moradores do bairro do Fosfato aguardam providências após deslizamento de barreira



Cerca de 23 famílias sofrem há mais de um mês sem ter onde morar na comunidade do Fosfato, localizada em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Dezenas de casas racharam, foram condenadas e demolidas após o deslizamento de uma barreira na Rua Transamazônica, devido às chuvas do último dia 17 de julho, e até agora eles esperam pelo auxílio moradia, que ainda não foi liberado. 

Segundo os moradores, representantes da Prefeitura e da Coordenadoria de Defesa Civil de Abreu e Lima vistoriaram as casas e disseram que precisavam ser desocupadas. "Até agora a Prefeitura não me deu nada; nem um saco de cimento pra construir de novo a minha casa", lamenta a aposentada Maria Célia Araújo, de 67 anos, que teve que ir morar na casa da filha.

A Prefeitura, porém, afirma que a Defesa Civil e a Secretaria de Obras estão acompanhando frequentemente a situação da área e que uma série de obras deve ser feita no local, mas nada pode ser executado até que o estudo do solo seja concluído pelos geólogos da empresa contratada para fazer a avaliação, pois o deslizamento foi muito grave. Já sobre o auxílio moradia, a assessoria da Prefeitura explica que a demora na liberação se deve ao tempo normal de análise de cada caso, que é feito pela assistência social e pode durar até 30 dias após a solicitação.

Além do problema das barreiras, insegurança, ruas sem calçamento, racionamento de água e a dificuldade de atendimento médico foram apurados pelo projeto na comunidade. Uma crítica grade é em relação ao atendimento médico no Posto de Saúde da Família (PSF) do Fosfato. A população reclama principalmente da pouca quantidade de fichas para o pediatra. "Há duas semanas, eu tento marcar pediatra para minha filha de dois anos, que está com suspeita de pressão alta, mas já desisti, pois eles só colocam 23 fichas e, pra conseguir uma, é preciso arriscar minha vida indo para o posto às 4h", reclama a dona de casa Elizabete Ramos, de 23 anos.

A Secretaria de Saúde do município reconhece que há uma demanda muito grande no bairro e explica que o Ministério da Saúde já identificou a necessidade de instalar uma nova equipe de Saúde da Família no local, que atualmente conta com duas equipes. Sobre o atendimento pediátrico, a coordenadora de atenção básica do programa, Lidyana Nejaim, esclarece que "o Programa de Saúde da Família só contempla o médico generalista, que é o clínico geral. Esse pediatra que atende no posto é da rede e já atende ali para dar uma melhor cobertura para a área".

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