quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tucanos querem PGR investigando Lula e Gleisi

BRASÍLIA (AE) - O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o deputado federal Duarte Nogueira (SP), ambos do PSDB, pediram ontem ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que investigue a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suspeitas de crime de peculato e improbidade administrativa. Os parlamentares da oposição querem que os dois e o diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek, sejam investigados por suspeitas de irregularidades no processo de demissão de Gleisi da estatal, ocorrido em 2006, na véspera do início da campanha eleitoral.

A ministra saiu da Itaipu e lançou sua candidatura ao Senado. Mas recebeu indenização da estatal como se tivesse sido demitida, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo. “Ao invés de solicitar seu afastamento, o que seria de se esperar, ou melhor, a ação que obrigatoriamente deveria ter sido tomada, a ministra Gleisi foi demitida pelos demais representados, demonstrando, assim, uma unidade de desígnios cujo resultado final foi a lesão aos cofres da União de valor superior a R$ 41 mil”, alegam os parlamentares na representação protocolada na Procuradoria.

À DISPOSIÇÃO
De acordo com eles, a ministra recebeu valores aos quais não tinha direito. “Apenas uma conclusão é plausível: os representados, com unidade de desígnios, forjaram a demissão de Gleisi Hoffmann no afã de beneficiá-la, indevidamente, com dinheiro público”, sustentam os tucanos. Aloysio Nunes e Duarte Nogueira querem que Lula seja investigado por ter sido o responsável pela demissão de Gleisi, conforme divulgado no Diário Oficial. “Acontece que o ex-presidente Lula já tinha pleno conhecimento da candidatura de Gleisi e, portanto, não deveria ter assinado sua demissão sem ser a pedido”, afirmam os parlamentares.

A ministra Gleisi Hoffmann afirmou ontem que ninguém é “infalível”, que as pessoas podem errar ao longo da vida e que “o erro pode ser reparado” ao comentar o fato de ter recebido indenização da Itaipu Binacional embora tenha pedido para sair da empresa. Em entrevista à rádio CBN, ela confirmou que se colocou à disposição da Procuradoria Geral da República para esclarecer o assunto e que seguirá a recomendação do órgão sobre devolver ou não o dinheiro. A ministra sugeriu ainda que outros diretores também foram beneficiados. “Como fui exonerada eu recebi os recursos como muitos diretores dentro da empresa”, disse.

Gleisi falou ainda sobre o uso de aviões de empresas privadas por ministros. Ela e o marido Paulo Bernardo (Comunicações) foram atingidos pelo escândalo. Embora tenha afirmado que “a regra é clara” quanto ao impedimento do uso de aeronaves particulares e que “é importante seguir as regras”, ela disse que “o fato de uma pessoa pegar uma carona, ser ajudada num momento, não quer dizer que aquilo vá contra o interesse público”.

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