sexta-feira, 5 de agosto de 2011

VÁRIOS imóveis do Conjunto Dom Helder estão rachados




VÁRIOS imóveis do Conjunto Dom Helder estão rachados
Longos anos de espera terminaram em desilusão e transtornos para os antigos moradores de áreas de risco das comunidades do Tururu e São Pedro Pescador, ambas do bairro do Janga, em Paulista. Em junho, 405 famílias que aguardavam a construção das residências receberam os imóveis, mas foram surpreendidas com a estrutura física das casas e da área comum do Conjunto Habitacional Dom Helder Câmara.

Com apenas dois meses da data de entrega, as residências já apresentam rachaduras e deixam inseguros os moradores. Outros imóveis não possuem caixa d’água, vaso sanitário, nem, ao menos, torneiras, que seriam fornecidas pela Prefeitura Municipal. A ausência de saneamento e os esgotos estourados, além da falta de pavimentação em duas ruas do residencial, também fazem parte das críticas ao órgão municipal. A construção do habitacional foi iniciada em 2008 e recebeu investimento federal de R$ 15 milhões.

Após quase dez anos vivendo de aluguel com o auxílio-moradia de R$ 150, o gari Marcílio Cabral da Silva, 39, não ficou feliz com a mudança para o novo lar. “Toda hora dá medo de ficar aqui. A casa está cheia de rachaduras e pode até cair. A prefeitura não dá nenhuma posição para a gente”, contou.

A mãe de Marcílio, Juraci Cabral da Silva, 70, não consegue dormir na residência. “Só passo o dia aqui e depois vou para Rio Doce (em Olinda). Estou com muito medo. Em agosto os ventos são fortes e não sei o que pode acontecer”, disse. A poucos metros da residência, não é difícil encontrar uma família com a mesma situação.

A dona de casa Midiam Albino, 30, mora com os quatro filhos na nova casa e já passou por maus momentos nos períodos de chuva. “A casa fica totalmente alagada, cheia de goteiras e rachaduras. Uma das paredes ameaça desabar”, frisou. Para além das deficiências físicas das residências, os moradores reivindicam outras providências da Prefeitura de Paulista. 

“Queremos uma creche e uma policlínica que eram prometidas. Também precisamos de ônibus para levar as crianças para a escola, porque fica muito longe para os pais”, afirmou a coordenadora da Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP), Carla Eduarda Celestino. 

Segundo o secretário de Infraestrutura de Paulista, Francisco Maia, a atual situação das casas é atribuída à última invasão que sofreu o conjunto. “O habitacional ficou mais de oito meses ocupado por um movimento popular, até que conseguimos a reintegração de posse. Tivemos que repor as caixas d’água, torneiras. Muitos materiais foram retirados pelos invasores. Estamos em um processo de re-estruturação do conjunto, fazendo uma vistoria casa a casa para resolver essa situação. Nosso prejuízo foi de mais de R$ 200 mil”, relatou.

O secretário acrescentou ainda que as obras inacabadas como a da creche e da policlínica, e ainda a pavimentação de duas ruas, têm um prazo de seis meses para serem finalizadas. Ele informou também que o reservatório de esgoto do habitacional está em fase de conclusão.

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