sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Estelionatários “caem” após golpe

Um golpe quase perfeito foi descoberto por policiais da Departamento de Repressão ao Estelionato (Depatri), na última terça-feira, na saída de uma loja do bairro de Afogados, Recife. Roberto Cezar Santos de Souza, 25, Eliab Galdino Ferreira, 26, e Clayton Santos de Souza, 25, clonavam cartões de crédito de uma maneira pouco conhecida. Segundo a polícia, eles solicitavam os cartões em seus próprios nomes, mas, antes de usá-los, trocavam os dados, apenas, da tarja magnética. Com isso, na hora de pagar as contas em estabelecimentos que não tinham máquinas da mesma operadora dos magnéticos, o comprovante saía com a identificação dos estelionatários, mas a cobrança seguia para outra pessoa.

Para conseguir comprovar o crime, o delegado adjunto do Depatri, Jullyard Baquil, precisou utilizar maquinetas diferentes para passar os cartões apreendidos com o trio. “Quando a conta era paga em máquinas da própria operadora, dava para perceber, pois o comprovante saía no nome da vítima. Mas quando o estabelecimento não era credenciado à operadora, isso não acontecia”, explicou. Para transferir os dados da tarja magnética, os falsificadores usavam um instrumento conhecido como régua. “Ele é conectado ao computador, que consegue reprogramar as informações originais”, disse Baquil.

O equipamento eletrônico para transferir os dados dos magnéticos foi adquirido via Internet, segundo contaram os acusados em depoimento. “Roberto disse ter conseguido o produto por R$ 2 mil. No entanto, ele se negou a informar de onde foi enviado e por quem”, explicou Jullyard Baquil. Sobre os dados das vítimas, os três informaram que também conseguiam em páginas de relacionamentos. “Uma pessoa passava as identificações das vítimas e cobrava R$ 100 por esse serviço”, disse o delegado.

O trio, apresentado ontem à Imprensa, foi preso depois de ter tentado efetuar duas compras em uma loja de Afogados. A primeira tentativa deles foi segunda-feira da semana passada, mas o crime não foi efetivado porque estouraram o limite do cartão de crédito. Um dia depois, quando foram presos, eles também tentaram, mas deu problema no equipamento. “Desconfiados, os funcionários do estabelecimento acionaram a polícia. Após serem detidos, eles confessaram”, disse Jullyard Baquil. Os acusados, que estavam com pelo menos quatro cartões clonados, três celulares, régua de clonagem, três pen drives, um notebook e diversos cartões que ainda serão analisados, foram autuados por tentativa de estelionato e encaminhados ao Centro de Triagem de Abreu e Lima.
  

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