sexta-feira, 20 de abril de 2012


Porte de arma para guarda do Recife vira polêmica

Prefeito do Recife admitiu, em solenidade, que não concordava com projeto, mas mudou de ideia. Secretária de Segurança disse ser contra arma, embora apoie iniciativa

 / Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


A controvérsia em torno do porte de armas de fogo pelos integrantes da Guarda Municipal do Recife (GMR) compareceu à cerimônia de assinatura do convênio entre a Prefeitura do Recife e a Polícia Federal, na manhã de quinta-feira (19). O prefeito João da Costa admitiu que era contra a utilização de armas pelos guardas, antes de assumir o cargo, mas ressaltou que mudou de opinião ao acompanhar o cotidiano da corporação. A secretária municipal de Segurança, Amparo Araújo, militante histórica dos direitos humanos, posicionou-se contra as armas, mas garantiu apoiar o convênio.
João da Costa alegou que na época da campanha, em 2008, havia entendimento de que uma guarda patrimonial não precisava ser armada. "Hoje, tenho acompanhado várias situações onde nossos guardas se deparam com riscos para sua integridade e de terceiros. Não vamos assumir as funções da Polícia Militar. A guarda tem suas atribuições e vai continuar observando-as", afirmou.
Fundada em 1893, a GMR sempre utilizou armas de fogo. Em maio do ano passado, o superintendente da PF, Marlon Jefferson de Almeida, fez valer o Estatuto do Desarmamento e determinou o recolhimento dos revólveres e pistolas de todas as guardas municipais do Estado. Somente as corporações certificadas pela PF podem fornecer armas a seus profissionais.

Com o convênio, a PCR se compromete a cumprir todos os requisitos da legislação que incluem treinamento, instituição de corregedoria e ouvidoria. "Estamos iniciando um processo. Não vamos ter guardas armados na rua a partir de amanhã. Vamos começar um trabalho de capacitação, avaliação e acompanhamento para fornecer um instrumento de trabalho que dará mais segurança ao nosso profissional e ao cidadão", frisou o comandante da Guarda Municipal, Flávio Romárico.

Não há prazo definido para que os primeiros portes de arma para guardas municipais sejam expedidos.

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