quinta-feira, 26 de abril de 2012


Os viadutos e a modernidade

Até quando o Recife terá que ser destruído para dar passagem aos veículos automotores?

Ideia é facilitar a circulação de veíuclos na avenida e no entorno / Imagem: Divulgação

Ideia é facilitar a circulação de veíuclos na avenida e no entorno


Todo cidadão que mora no Recife já leu, ou escutou em algum noticiário, sobre a reforma do sistema viário da Agamenon Magalhães. A discussão gira em torno da construção dos viadutos como forma de melhorar a mobilidade nesta área da cidade.
De acordo com o Aurélio, mobilidade é a facilidade para se mover ou para ser movido.
A ideia de demolir construções, patrimônios históricos, abrir ruas com a finalidade de resolver o trânsito é uma prática que remonta o final da década de 1920. Um exemplo disso foi a Avenida Guararapes, concluída em 1937, a Avenida Dantas Barreto, construída em 1966.
Entre as décadas de 60 e 70, foram destruídos vários monumentos, como a Igreja dos Martírios (construída em 1775) e construções diversas; mais de 400 casas também foram demolidas como justificativa para a modernidade.
Pergunta-se, até quando vamos adotar a teoria da demolição em prol da modernidade? Até quando o Recife terá que ser destruído para dar passagem aos veículos automotores?
A frota do Recife em 2011 era de 570.979 veículos, de acordo com o Detran-PE. A taxa de crescimento dessa frota entre 2010-2011 foi de 8,2%. A tendência é de crescimento, tendo em vista o desempenho da economia brasileira e pernambucana.
Estamos, portanto, na contramão da história. Enquanto no resto do mundo a discussão gira em torno da sustentabilidade, da acessibilidade, do uso de transportes alternativos, etc.
Estamos perdendo a oportunidade de melhorar o transporte coletivo, seja com trens de superfície ou com ônibus mais desenvolvidos tecnologicamente, automáticos, refrigerados, em maiores quantidades para reduzir o tempo de espera dos usuários; ou ainda com a implantação de um metrô que corte toda a cidade, e também melhorando a malha viária, mas sem priorizar o transporte individual.
Isso sim, significa desenvolvimento.

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