quarta-feira, 25 de abril de 2012


Polícia conclui que pai matou a filha de 8 anos por acidente

Investigação aponta que pai atingiu a filha ao manusear arma, em Paulista. Depois ele se matou


A Polícia Civil acredita que um acidente causou a tragédia registrada na noite de segunda (23), em Maranguape II, Paulista, na Região Metropolitana do Recife, quando o cozinheiro Nílson Nobre de Oliveira Filho, 30 anos, atirou sem querer na cabeça da filha Maria de Lourdes Feitosa Nobre de Oliveira, 8, e depois se matou. Conforme as investigações preliminares realizadas pela Força-Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o cozinheiro manuseava um revólver calibre 38 e a arma disparou, acertando Maria de Lourdes. A irmã gêmea da vítima presenciou a cena. Desesperado, Nílson se suicidou com um tiro na cabeça.
É um caso de tiro acidental seguido de suicídio. Todos os depoimentos que colhemos, além das impressões dos peritos que estiveram no local, apontam para um acidente. O inquérito será concluído pelo Núcleo de Crimes Violentos Letais Intencionais da Delegacia de Paulista. O delegado responsável deve opinar pelo arquivamento, já que o responsável também está morto", afirmou o coordenador da Força-Tarefa, delegado João Brito.

Lucas Vasconcelos, tio de Maria Lourdes, contou que conversou com a sobrinha que assistiu ao crime e ela revelou ter sido um acidente. "Nílson tinha a maior atenção com as filhas. A menina viu tudo e falou que o disparo na irmã foi sem querer", explicou Lucas.

As gêmeas estudavam em uma escola municipal de Paulista. "O pai das meninas era uma pessoa sempre presente. Mantinha as meninas sempre bem cuidadas, com o lanche pronto e fazia questão de vir buscá-las diariamente", contou uma professora, que preferiu não ser identificada.

O cozinheiro estava separado da mãe das meninas, Maria Tatiana Feitosa, há um ano e meio. Ele cuidava das gêmeas, porque a ex-mulher tinha outros cinco filhos de outros relacionamentos.

"No domingo ele ligou pra mim e disse que se algo acontecesse com ele, eu tomasse conta das meninas. Quando nós moramos juntos, ele sempre foi violento comigo, mas para as meninas era um bom pai. Acho que foi um acidente o que aconteceu. O que quero agora é cuidar da minha outra filha", afirmou a dona de casa Maria Tatiana Feitosa.

Segundo ela, a família do marido não está permitindo o acesso à menina. "Sou mãe. Tenho direito de cuidar da minha menina e vou procurar a Justiça para tê-la de volta", concluiu a dona de casa.

A família do cozinheiro não quis comentar o assunto. Todos estavam muito comovidos com a tragédia e preferiram não se manifestar.

Pai e filha foram sepultados no fim da tarde de terça (24), no Cemitério de Santo Amaro, na área central da capital pernambucana.

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