segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PF deve indiciar envolvidos em fraudes na merenda escolar em Pernambuco

A Polícia Federal deverá indiciar pelo menos 55 envolvidos em suposto esquema de fraudes em contratos para fornecimento de merenda escolar em Pernambuco. A PF estima que cerca de R$ 1,8 milhão foi desviado e lavado por meio da ocultação de patrimônio ilícito. Parte desse valor pode ter sido destinada à contabilidade paralela de campanhas eleitorais, segundo os autos da Operação Mar de Lama.

Deflagrada na última quinta-feira (25), a Operação Mar de Lama aponta para políticos, servidores públicos e empresários de diversos municípios pernambucanos, inclusive o Recife.

A PF não citou nomes de seus alvos, mas em nota acentuou que o inquérito apurou "também a extorsão de empresários que mantinham contratos com determinada prefeitura, visando financiar o caixa dois de campanha de reeleição de prefeito".

O inquérito está sob responsabilidade da PF porque os programas da merenda contam com recursos da União. "A identificação do grupo decorreu de investigações iniciadas em 2007 apontando para um largo esquema de corrupção e desvio de verbas públicas envolvendo diversos políticos", assinala a PF.

Desdobramento do inquérito aponta para existência de pagamentos mensais a políticos em Jaboatão dos Guararapes. "As investigações focavam a negociação e o pagamento de propina para garantir apoio aos projetos", informou a Polícia Federal.

A PF planeja enquadrar os investigados em sete crimes: formação de quadrilha, uso de documentos falsos, administração fraudulenta de instituição financeira, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

No primeiro dia da missão, que mobilizou 25 agentes e delegados federais, foram cumpridos seis mandados de condução coercitiva contra dois gerentes de banco, um empresário, um ex-vereador de Jaboatão dos Guararapes, um servidor público e um estudante.

Essa parte do inquérito abrange a abertura de contas bancárias fraudulentas, tituladas por pessoas inexistentes, com uso de documentos falsos "para depósito e subsequente saque de valores decorrentes dos crimes de corrupção e peculato".

O ex-vereador Geraldo Cisneiros (2005/2008), de Jaboatão, foi ouvido pela PF e negou enfaticamente ligação com a fraude. "Como é que eu podia fazer parte de mensalão se eu era oposição ferrenha ao prefeito? Jamais usaria funcionário fantasma. É um absurdo. Eu nunca tinha sido político, quis montar uma equipe de nível". 

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