segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A (i)mobilidade urbana

Nunca o direito de ir e vir das pessoas esteve tão ameaçado quanto agora. Principalmente o das que vivem nas grandes cidades. E não está se falando aqui da violência urbana – embora continue sendo um problema -, mas da mobilidade. A capacidade de deslocamento, seja a pé, de carro, de ônibus ou de bicicleta, está cada vez mais difícil. A situação é tão complexa que criou um paradoxo: os modernos e velozes automóveis, desenvolvidos para diminuir as distâncias, estão se deslocando tão lentamente quanto as velhas carroças de tração animal por falta de espaço.
Para discutir o tema, a Câmara do Recife promove audiência pública amanhã, a qual devem comparecer a presidente de CTTU, Maria de Pompéia, e a chefe de gabinete do Consórcio Grande Recife, Cristina Aroucha. Na pauta, há um projeto polêmico do vereador Maré Malta, já aprovado em primeira discussão. Ele propõe estabelecer um horário único para as escolas públicas e privadas (7h) e outro para o início das atividades no serviço público (9h) para diminuir o fluxo de veículos nas ruas. Mas será que o resultado justificará o sacrifício?
Em uma cidade com demandas de negócios cada vez maiores, onde motoboys travam verdadeiras batalhas nas ruas com os carros, sem ciclovias para quem fugir da confusão, calçadas em mau estado que desestimulam a caminhada e um transporte coletivo ainda longe do ideal, o impacto da medida (se for aprovada) deverá ser bem modesto
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