quinta-feira, 11 de agosto de 2011

América Latina está melhor que EUA e Europa, diz Mantega



Ministro da Fazenda embarca nesta quinta-feira para reunião da Unasul.
Países da AL têm de 'estreitar' relações comerciais em meio à crise, disse.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que embarca nesta quinta-feira (11) para Buenos Aires (Argentina) para uma reunião da Unasul, que engloba os 12 países do continente sul americano, avaliou que a América do Sul está apresentando um desempenho melhor do que os Estados Unidos e Europa - que têm registrado problemas em suas contas públicas e nível de endividamento.
"A reunião da Unasul vai discutir as consequências [da crise] nos países da América Latina e as medidas que podemos tomar para nos defender e impedir que sejamos contagiados. A América Latina tem um desempenho melhor do que os países avançados, do que a Europa, do que os Estados Unidos, e nós queremos preservar isso, inclusive estreitando as relações nós e aproveitando melhor os nossos mercados e as nossas relações comerciais", disse o ministro a jornalistas.
Crise internacional
A nova fase da crise financeira internacional começou após o registro de dificuldades, por parte do governo dos Estados Unidos, em aprovar um novo limite de endividamento no Congresso Nacional do país. O acordo cristalizou a impressão, entre analistas, de que o processo de recuperação da economia norte-americana será mais lento do que o estimado anteriormente.
Junto com os problemas das dívidas de alguns países da Europa, como Grécia, Irlanda, Itália e Espanha, entre outros, a desaceleração na economia dos EUA espalhou tensão pelas bolsas de valores ao redor do mundo. Em vários países foram registradas fortes quedas nesta semana, seguidas por recuperação em algumas economias.
No Brasil, a estratégia para combater os efeitos da crise internacional, segundo integrantes da equipe econômica, é manter as contas públicas em ordem. Segundo o presidente do Banco Central, esse seria o "diferencial" da economia brasileira em um momento de aumento das dívidas em outras nações. O governo também anunciou, recentemente, dois pacotes para estimular as empresas. Um voltado para o setor industrial e outro para as pequenas e médias empresas.
Os integrantes do governo brasileiro têm dito que o país está melhor preparado do que outras economias para se defender dos efeitos da crise financeira, e que dispõe de vários instrumentos para combatê-la. Quando houve a piora da crise pela primeira vez, em setembro de 2008, a equipe econômica baixou os juros, os compulsórios (liberando recursos para os bancos) e ofertou linhas de crédito para as empresas com recursos das reservas internacionais.
Unasul
O tratado constitutivo da União de Nações Sul-Americanas foi aprovado durante reunião extraordinária de dhefes de Estado e de governo, realizada em maio de 2008 em Brasília. Nove países já depositaram seus instrumentos de ratificação (Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), completando o número mínimo de ratificações necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a Unasul tem como objetivo construir, de "maneira participativa e consensual", um espaço de articulação no âmbito cultural, social, econômico e político entre seus povos. A organização prioriza, ainda segundo o governo brasileiro, o diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infra-estrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a criar a paz e a segurança, eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência dos Estados.

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