Mais um ano se passou sem que a Prefeitura do Recife apresentasse uma proposta real de reocupação do Centro. As iniciativas que surgiram – a exceção da recuperação do Edifício São José, destinado à moradia de funcionários públicos – partiram todas da esfera privada. É o caso dos Edifícios JK, Veneza (onde funcionava o cinema homônimo) e do complexo onde ficavam os cinemas Trianon e Art Palácio. O projeto Morar no Centro corre sério risco de ir parar no arquivo “O Recife que ninguém viu”.
O paradoxo é que a cidade, cheia de imóveis ociosos na área central, tem um déficit habitacional de cerca de 80 mil moradias. A saída adotada até agora pela prefeitura para diminuir essa carência é construir conjuntos habitacionais, destinados a quem mora em favelas ou áreas de risco. Já foram 12 este ano e estão previstos outros 17. Mas poderia incentivar a iniciativa privada, com redução de impostos, a recuperar outros imóveis. Se empresários se interessam pelo Centro sem estímulo, imagine com a PCR oferecendo algumas vantagens.
Há muitos benefícios em morar no Centro. A começar pela infraestrutura. Tem saneamento, abastecimento, muitas opções de transporte (e os moradores nem precisam tanto dele) e as ruas são pavimentadas. Com mais gente morando nos bairros centrais, a área também ficaria mais segura e menos degradada. Afinal, só terra sem dono atrai criminosos e desocupados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário