sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

COLUNA POLITICA


    Esqueceram de combinar com o chefe
O que, na realidade, ocorreu com o senador Humberto Costa para mudar o seu discurso em relação à reeleição de João da Costa? Lá atrás, antes de ser eleito, Humberto e a sua corrente petista se abraçaram com o prefeito ocupando o vácuo do rompimento de João Paulo e indicaram secretários e dirigentes para o segundo escalão.
A ex-esposa do senador, aliás, foi posta na pasta de Cultura para início de conversa. Mas o Humberto de hoje não é o de ontem. Antes, enfrentava João Paulo, que lidera a ala antagônica a dele no PT. Hoje, diz que o mesmo João Paulo que achacalhava no passado é, incrivelmente, o todo-poderoso, imbatível na eleição para prefeito do Recife.
Quem mudou: Humberto ou João Paulo? Nenhum nem outro. A impressão, numa leitura simplória, é que ambos foram forçados a um entendimento imposto pela executiva nacional do PT (leia-se Lula e Dilma), no qual o ex-prefeito disputa a Prefeitura e assume o compromisso de retribuir em 2014 o apoio para Humberto disputar o Governo do Estado.
Se foi isso, só tem um problema: esqueceram de combinar com o governador Eduardo Campos, que apoiando um petista para prefeito do Recife não repetiria a dosagem para o Palácio das Princesas. O governador é muito mais sabido do que Humberto e João imaginam. Nasceu e foi criado na escola arraesista: dá nó em pingo de água.
AVAL DO PT– Outra razão para desconfiar que Humberto e João Paulo se entenderam: sabendo do cacife que tem para voltar ao comando da Prefeitura do Recife o ex-prefeito se manteve no PT, isso após uma longa conversa com a presidente Dilma e uma sondagem ao ex-presidente Lula. João Paulo não teria ficado no PT gratuitamente! Algo ele vai ganhar como compensação. Se não o apoio do partido para prefeito, um cargo de ministro na reforma de Dilma em janeiro.
Os sem água - Pirapama tirou muitas áreas, bairros e cidades do racionamento, mas o Governo não consegue explicar uma tremenda contradição: a água escasseia na comunidade localizada em torno do projeto, ou seja, na própria Pirapama. Dá para entender?

Sai em janeiro - O prefeito do Cabo, Lula Cabral (PTB), disse, ontem, ao blog, que anuncia o nome do seu candidato no dia 31 de janeiro junto com o governador Eduardo Campos. Na semana seguinte o deputado Betinho Gomes (PSDB) fará um ato formalizando sua candidatura pelo bloco de oposição. Os nomes mais citados do grupo de Lula são Vado da Farmácia, Edna Gomes e Gessé Valério.
Divisão em Araripina - Com o afastamento do prefeito de Araripina, Lula Sampaio (PTB), em caráter irrevogável – já perdeu recursos em duas instâncias, uma local e outra federal – as oposições no município tendem a se dividir para enfrentar o agora governista Alexandre Arraes, vice de Lula, que está com a chave do cofre nas mãos e fortalecido na corrida à reeleição.
Vai bancar - O governador está decidido a ir a Garanhuns bancar a candidatura de João Dourado, prefeito de Lajedo, que transferiu seu domicílio eleitoral para o município seguindo uma orientação palaciana. Aos que achavam que Eduardo  tinha recuado diante da campanha pesada contra Dourado, chamado de forasteiro, que cuidem em tirar o cavalinho da chuva.
CURTAS
LIDERANÇA – O senador Humberto Costa está entregando a liderança do PT na Casa tão logo o Congresso retome as suas atividades. Fez um bom trabalho e nem pensava em continuar no cargo, porque há um acordo no partido de que o mandato dura apenas um ano e é objeto de rodízio dentro da bancada.
MARATONA– O senador Armando Monteiro Neto (PTB) rompe 2012 na Europa e só regressa ao Estado em 10 de janeiro. Já a partir do dia 11 começa uma maratona de negociações para atos de lançamento de candidaturas a prefeito de vários municípios importantes do Estado. A meta é eleger mais de 40 prefeitos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – O que conversaram o governador e o deputado João Paulo no voo entre Paris e Recife?

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