quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Lei seca: uma questão de consciência


A apreensão de 605 carteiras de habilitação em 20 dias de fiscalização da lei seca mostra que muitos motoristas têm um profundo desprezo pela vida. Deles e dos outros. Infelizmente, ainda não entenderam que a lei que proíbe dirigir sob efeito do álcool não é meramente punitiva. Antes de mais nada, serve para proteger quem anda desprovido de prudência e de bom-senso e coloca a própria vida e a dos outros em sério risco.
Apesar de todas as campanhas educativas – a última, aliás, com cenas chocantes para tentar sensibilizar a população -, há uma resistência incrível à legislação. E, lamentavelmente, a Constituição dificulta a punição, já que garante ao indivíduo o direito de não produzir provas contra si. Quer dizer, não soprar no bafômetro. Mas, como o testemunho de agentes de trânsito, agora apoiados por técnicos da saúde, pode servir para embasar o processo penal, deve ficar menos complicado punir os infratores para tentar deter a carnificina. Afinal, ninguém ignora que a maioria das mortes ocorridas no trânsito tem na bebida sua principal causa.
Parte da população que aprova a lei acredita que ela pode se tornar inócua por falta de fiscalização. É possível. Mas isso só expõe a falta de educação e consciência dos motoristas. Afinal, quem possui carro e moto certamente frequentou a escola e aprendeu a discernir o que convém ou não. Se não segue as regras não é por ignorância, mas por indiferença.

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