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O sol que chegou na manhã desta quinta-feira põe luz sobre um filme, que, entre consequências mais “frugais”, roubou espectadores do Cine PE (festival de cinema de Pernambuco), em curso no Centro de Convenções.
Na face mais cruel, a fita exibe cenas batidas de uma realidade que revela pobreza, desrespeito ao meio ambiente, falta de conhecimento e, principalmente, pouca eficiência do poder público na prevenção e resolução de problemas decorrentes do excesso de precipitação pluviométrica.
Mas esse filme é velho. Antigo. Trata-se de uma reedição dolorosa e apavorante do que foi visto há menos de um ano na Mata Sul, a poucos quilômetros do Recife.
Por que em tão pouco tempo a situação de repete? Por que as famílias que perderam tudo no ano passado – inclusive parentes levados pela enxurrada - enfrentam novamente o mesmo sofrimento?
É falta de agilidade dos governos (federal, estadual e municipais)? É. É resultado de ocupação indevida de margens de rios agravada pela resposta do planeta pelo mau uso de recursos naturais? É também.
Até quando as catástrofes do gênero serão encaradas como algo corriqueiro? Até quando o poder público continuará correndo atrás do prejuízo das consequências em vez de combater as causas?
São conflitos que permanecem sem solução no filme. São perguntas não respondidas aos espectadores.
Talvez nesta quinta-feira em que o sol reapareceu, os cinéfilos voltem ao Centro de Convenções para a sexta noite do Cine PE.
Todavia, a miséria - econômica, educacional e de gestão pública - seguirá em cartaz na Região Metropolitana e na Mata Sul.
Isso tudo perto, muito perto, do Porto de Suape, o símbolo do crescimento econômico “chinês” vivido pelo estado.
Infelizmente, a realidade da estagnação evidenciada (mais uma vez) pelas chuvas é bem brasileira. Bem pernambucana. Márcio Morais
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