terça-feira, 31 de maio de 2011

Dilma evita imprensa e ministro se irrita sobre caso Palocci


SEM QUERER DAR SATISFAÇÃO  

Em visita de pouco mais de cinco horas a Montevidéu, nesta segunda-feira (30), a presidente Dilma Rousseff evitou contato com a imprensa. Os ministros que integravam a comitiva presidencial se irritaram com perguntas sobre o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT).

Palocci é coordenador político do governo e pivô de uma crise, depois que a Folha publicou que o seu patrimônio multiplicou por 20 em quatro anos, e que sua empresa faturou R$ 20 milhões em 2010, ano eleitoral. Após reunião bilateral com o colega José Pepe Mujica, Dilma se limitou a uma declaração formal sobre a visita ao Uruguai. Ela disse que não teria tempo para falar com jornalistas. A presidente embarcou para Brasília no final desta tarde.

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) se irritou ao ser questionado sobre Palocci. "Já que a agenda de vocês é essa, eu não falo. Com licença que vou almoçar", disse, ríspido. O ministro, ao tentar sair dos jornalistas, tropeçou em um cabo e quase caiu.

"Volto a repetir o que já disse. Para a Polícia Federal, não há crime, por isso ele não será investigado. Há muita fumaça para pouca fagulha", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo ele, Palocci não pode divulgar a origem do dinheiro que recebeu em 2010. "Ele pode ser processado pelas empresas se fizer isso. Os contratos de consultoria têm caráter confidencial", afirmou.

Defesa
Palocci entregou na sexta-feira (27) à Procuradoria-Geral da República suas explicações sobre a multiplicação do seu patrimônio nos últimos anos. No período, o ministro comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil.

No entanto, antes mesmo de a Procuradoria-Geral da República se manifestar, o Ministério Público Federal em Brasília antecipou-se e abriu investigação cível sobre o caso. O foco da ação é apurar se a evolução patrimonial do ministro é compatível com os ganhos de sua empresa.

Após a divulgação de seu enriquecimento, Palocci afirmou, em nota, que o crescimento está detalhado na declaração de Imposto de Renda e que a Projeto prestou serviços a clientes da iniciativa privada, "tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos".

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