quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Devoção e graças alcançadas levam centenas de fiéis ao Morro da Conceição


Os motivos variam. Saúde, família, amor e até esporte. Seja qual for a razão, todos os anos, movidos pela fé, milhares de fiéis sobem o Morro da Conceição no mês de dezembro para celebrar o dia da santa que dá nome ao lugar.




Frequentadora da festa desde os 12 anos de idade, Cilene Viana, 55, no entanto, faz do local seu ponto de trabalho. Aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição, vende calendários, velas e garrafinhas de água mineral. Neste ano, porém, reclama da dificuldade nas vendas. Segundo Cilene, a concorrência com os produtos oficiais da festa e a propaganda contrária à atividade dos ambulantes, feita pela paróquia, têm enfraquecido o movimento. "A gente também é cristão, também dá o dízimo; a comunidade (do Morro) está revoltada", desabafa.

Zilma (esq) veio com a filha, Anny, e a amiga Waldete agradecer pelo ano de 2011


Alheias às "disputas comerciais" da área, as amazonenses Zilma Henrique e Waldete Andrade vieram homenagear Nossa Senhora da Conceição pelo segundo ano seguido. Waldete conta que, no ano passado, estava ansiosa esperando a resposta da seleção de mestrado da UFPE, e este ano veio agradecer por ter sido aprovada. Já Zilma foi agradecer pelas conquistas do anos de 2011 e pedir saúde para a família. Tendo feito todo o percurso desde a base do morro a pé, as duas contaram que desta vez vieram mais preparadas. Para isso, trajavam tênis e roupas leves. A filha de Zilma, Anny, de 14 anos, veio conferir a festa pela primeira vez e afirmou não ter se cansado com a subida.

Maria da Conceição (dir.) paga promessa há cinco anos


Maria da Conceição de Souza é outra que não cansa. Há cinco anos, quando a filha Tainá tinha apenas três meses e estava internada com um problema cardíaco, decidiu fazer uma promessa à santa. Com a menina curada - Tainá tomava três remédios de pressão por dia até outubro e tinha o coração e o fígado inchados -, Maria da Conceição, todo dia 7 de dezembro, passa o dia no alto do Morro, com Tainá ao seu lado, vestindo uma espécie de túnica azul. No fim da tarde, leva a filha de volta para casa, no bairro de Afogados, e, à meia-noite do dia 8, parte de volta para o Morro, a pé, onde deixa a roupa usada pela menina. "Para alcançar uma graça dessas, tem que ter fé", afirma, contando que também foi graças às preces feitas à Nossa Senhora que conseguiu comprar a casa que hoje possui.

Washington André agradeceu pela melhora da filha e a conquista do Sport


Também por conta de um problema cardíaco da filha, o segurança Washington André Higino de Farias foi ao Morro nesta quarta-feira (7). Ao ver a pequena Sarah Maria internada na UTI durante quatro dias, logo após o nascimento, por conta de má formação no coração, Washington decidiu fazer uma promessa à Nossa Senhora da Conceição. Rubro-negro fanático, também prometeu que acenderia dois maços de vela caso o Sport subisse para a primeira divisão. Com as duas graças alcançadas, acendeu as velas e comprou fitinhas que foram benzidas no monumento da santa e serão utilizadas por ele, pela filha e pela esposa. "Ano que vem, quando ela estiver maiorzinha, quero trazê-la aqui para agradecer por sua melhora", conta.

Seu Severino e Dona Josefa vieram de São Lourenço da Mata para o Morro


Já Dona Josefa Santos da Silva, de 71 anos, veio acompanhada do "cumpadre" Severino José da Silva, 55, e da filha dele, Maria Aparecida, 6, de São Lourenço da Mata, para pedir perdão à santa. Ela, que sempre foi católica, decidiu frequentar uma igreja evangélica há alguns meses e se arrependeu da mudança. "Há cinco anos venho aqui para agradecer à Nossa Senhora da Conceição, mas este ano vim pedir perdão por ter me desviado", desabafa. Já Seu Severino conta que veio agradecer por seu estado de saúde atual. Há dois anos ele passou por uma cirurgia no cérebro, para desobstruir uma veia, e esse se tornou mais um motivo para a vista ao Morro. "Tudo o que eu peço ela me dá. Sempre vou à igreja, e nessa época faço questão de vir aqui", relata.

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