quarta-feira, 28 de setembro de 2011

COLUNA POLITICA



       Uma estória muito mal contada
A versão oficial do Governo de Pernambuco sobre a locadora contratada pela deputada Ana Arraes é igual a uma estorinha de trancoso, para inglês ver. Seria cômico se não fosse trágico o próprio governador Eduardo Campos, na nota enviada à mídia, afirmar ser  “mero esquecimento” o fax da da empresa levar a sua assinatura.
Ele diz que deu um aparelho de celular particular a Esmerino Ferreira, pai de Renata, a dona da locadora, filiada ao PSB. O governador não explicou, por exemplo, por que  a empresa não tinha veículos no início e usava carros da família, por conta das dificuldades para obter financiamento. Até que, no ano seguinte, ganhou o contrato do Governo de Pernambuco.
Com um capital social de apenas R$ 8 mil, a BSB Locadora já faturou mais de R$ 540 mil de verbas públicas, dos quais R$ 210 mil do Governo de Pernambuco na atual gestão e outros R$ 93 mil do gabinete de Ana Arraes. Recebeu, ainda, R$ 40 mil do PSB nacional, de acordo com notas fiscais que a Folha de São Paulo obteve, de 2009.
Nos quatro dias em que o jornal foi até a locadora, na cidade satélite de Samambaia, a sala estava trancada por uma porta de vidro. Dentro há uma mesa, um computador antigo e um telefone, além colchões velhos e material para festas infantis.
A placa na fachada registra um telefone celular, que não existe há quase um ano, e um email, do qual a reportagem não obteve resposta.Os vizinhos dizem que a empresa vive fechada e que só trabalha para políticos. São explicações, sem respostas, que a sociedade cobra e exige.
BOTIJA NÃO CAI DO CÉU – Um dos personagens envolvidos no escândalo da locadora do PSB, o motorista Esmerino Ferreira, pai da suposta dona da empresa, mora numa cidade satélite de Brasília. O conheci, desde quando Arraes chegou ao Governo de Pernambuco pela terceira vez, em 1994, trabalhando para o ex-cacique. Desconheço que sua família tenha descoberto uma botija e se afortunado nos últimos anos a ponto de abrir uma locadora, com carros de luxo. Muito menos sua filha.
Cabo eleitoral na moita - Muita gente quis aparecer na campanha de Ana Arraes para o TCU como fiel escudeiro e cabalador de votos, mas em silêncio, feito bom mineiro, o deputado Gonzaga Patriota teve papel relevante. Coube a ele, por exemplo, reverter os votos dos deputados ligados ao ex-governador José Maranhão, que não queriam votar em Ana em razão do envolvimento direto do governador Eduardo Campos na eleição do governador paraibano Ricardo Coutinho.




Briga em Paulista - Se há um município onde a sucessão municipal ferve em Pernambuco atende pelo nome de Paulista. Ali, o vereador Júnior Matuto assanhou os aliados do prefeito Yves Ribeiro ao antecipar que seria o candidato apoiado por ele. Inconformado, o secretário Antônio Camaroti abandonou o PSB e acenou para o PSDB. Mas, o vice tucano Dufles Pires diz que se o partido lançar candidato próprio será ele que disputa, fechando as portas para Camaroti.
Prefeito no PDT - O prefeito de Gravatá, Ozano Brito, recebeu a garantia, ontem, do presidente estadual do PDT, José Queiroz, de que terá o controle absoluto da legenda no município, caso largue o PSDB e faça a opção pelo ingresso na legenda pedetista. Na eleição passada, Ozano já foi apoiado pelo PDT, sendo assim um dos raros municípios em que houve aliança PDT/PSDB.
Mais um ficha suja - O ex-prefeito de Santa Filomena, Geni Lemos de Vasconcelos, já falecido, conforme informa o leitor Gustavo Muniz Coelho Falcão, teve, ontem, seus bens bloqueados pela Justiça. Tudo porque no poder misturou dinheiro público com o privado. O processo está no Tribunal de Justiça. Se já não tivesse partido para o além seria mais um ficha suja no Estado.


CURTAS -
EM IGARASSU – O ex-prefeito de Igarassu, Severino Ninho, foi reconduzido à presidência do diretório municipal durante congresso promovido pelo partido no último fim de semana. Na secretaria-geral ficou Marcos Eduardu Dudu, presidente da Juventude socialista.
EM ARARIPINA – Já em Araripina, o PMN também disputará a Prefeitura com candidato próprio. Lançou o nome do vereador Leonardo Batista, filho do ex-prefeito Pedro Alves Batista e irmão de Eduardo Batista, ex-deputado estadual. Leonardo rompeu com o prefeito Lula Sampaio (PTB).
PERGUNTAR NÃO OFENDE – É possível abrir uma locadora com carros de luxo para atender à Câmara dos Deputados com um capital social de apenas R$ 8 mil?

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