sábado, 24 de setembro de 2011

COLUNA POLITICA



      Enfim, os Coelho num só palanque
Desde a morte do ex-senador Nilo Coelho em 1983, o então poderoso clã de Petrolina se dividiu e se fragilizou economicamente e politicamente. De lá para cá já se vão 28 anos do desaparecimento do maior líder político que o sertão pernambucano projetou para o resto do Estado. Nilo foi secretário da Fazenda, deputado estadual, deputado federal, governador e senador da República.
No Senado, exerceu o mandato com brilhantismo, coerência e afirmação, tanto que chegou à Presidência da Casa. Político coerente, explosivo e afirmativo, Nilo perdeu a vida justamente depois de ser contrariado no exercício da presidência do Senado em função de um decreto do então ministro da Fazenda, Delfin Neto, que prejudicava o Nordeste.
Num discurso inflamado contra o regime militar, deixou a célebre frase: “Não sou presidente do Congresso do PDS. Sou presidente do Congresso do Brasil”. Osvaldo tinha tudo para ser o sucessor de Nilo, mas não conseguiu. Fernando Coelho, seu sobrinho, ex-prefeito de Petrolina por três vezes, ministro da Integração, se apresenta como a grande liderança da família.
Objeto da cisão do clã é o próprio Fernando, após quase três décadas da morte de Nilo, que dá um grande passe no sentido de unir os Coelho num único palanque, provavelmente em 2012 em torno de Fernando Filho, candidato a prefeito de Petrolina.
A única resistência à unidade, o ex-deputado Osvaldo Coelho, foi nomeado, ontem, para o Conselho de Irrigação do Ministério da Integração. O gesto de Fernando, largo, diga-se passagem, era tudo que o clã precisava para acabar com uma briga que parecia não ter fim.
BOI DE PIRANHA – Ao ligar, ontem, para o governador Eduardo Campos e afirmar, segundo a assessoria do socialista, que sua entrada, tardiamente, na eleição para o Tribunal de Contas da União evitou o crescimento da candidatura de Átila Lins (PMDB-AM), principal concorrente da vitoriosa Ana Arraes, deixou a entender que seu papel no processo foi de boi de piranha. O que, convenhamos, depõe contra alguém que ainda tem projeto de disputar à Presidência da Câmara.
O todo poderoso - Ao chegar para o almoço, quarta-feira passada, na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), em Brasília, o governador Eduardo Campos foi saudado como o todo poderoso pelo próprio Maia. “Para abrir nosso diálogo, dou a palavra ao governador que, a partir de hoje, é o mais influente no TCU”.

Igual a Sarney - Do ex-deputado Maurílio Ferreira Lima: “Lutando para eleger a senhora sua mãe, o governador Eduardo Campos passou a ser visto como igual a Sarney e a todos os políticos nepotistas que infelicitam o país. Com a vitória da deputada Ana Arraes, o grande derrotado não foi Aldo Rebelo, mas Eduardo, que perdeu definitivamente e não recuperará o mais importante capital político para o seu futuro: ser o novo e diferente”.
Quem vazou? - Encomendada à MCI, de Antônio Lavareda, a pesquisa nacional do PSDB foi vazada para o jornalista Merval Pereira, do jornal o Globo, o que irritou profundamente o presidente tucano Sérgio Guerra. O engraçado é que o professor Lavareda culpa o senador Aécio Neves, amigo do jornalista, enquanto o ex-governador mineiro retribuiu a culpa ao próprio Lavareda.
Encontros e desencontros - O presidente do PSB, Sérgio Guerra, aliás, passou o dia seguinte à eleição do Tribunal de Contas da União dando explicações à mídia nacional. “Apoiamos Ana Arraes para o TCU porque podemos nos encontrar com o PSB em vários cantos. O PCdoB não vai nos encontrar em canto nenhum”. Guerra se refere, claro, a prováveis coligações nas eleições municipais.

CURTAS -
BOM DE BRIGA – O vereador Jota Barreto, da bancada do PSD na Câmara de Jaboatão, assumiu a briga em defesa da realização do carnaval fora de época naquela cidade, marcado para os dias 15 e 16 de outubro. Tanto que marcou audiência na Câmara para enfrentar os oponentes.
FESTA DA UVA – Por falar em festa, Lagoa Grande, na região do São Francisco, promove entre os dias 6 e 9 de outubro a 7ª Feira do Vinho e da Uva do Nordeste(Vinhuvafest 2011). Entre as novidades, a realização de um seminário sobre agroindústria familiar no turismo.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Depois de tanta pauleira na mídia, o que o governador Eduardo Campos ganhou, afinal, com a eleição da mãe para o TCU?

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