sábado, 1 de outubro de 2011

COLUNA POLITICA


       A compreensão da ousadia
A decisão de João Paulo em permanecer no PT não surpreendeu quem de fato o conhece  na sua intimidade. Nunca conheci alguém mais indeciso, inseguro, confuso e receoso. A política é uma atividade que exige acima de tudo a compreensão de que ousar é inerente para quem pretende exercê-la colocando como alvo voos de águia e não de galinha, parafraseando a teoria de Leonardo Boff.
João vai mostrando com o passar do tempo que não sabe ousar. Pensou que tirar um candidato do bolso do paletó para eleger prefeito do Recife com a sua força se traduzisse em ousadia. O tempo se encarregou de mostrar o contrário, pois a criatura se rebelou contra o criador. Não sei, sinceramente, o acordo que fechou com o PT depois do encontro com Lula e Dilma.
Por isso mesmo, não posso avaliar ganhos. O que posso prever é que dificilmente virá a ser o candidato do PT no Recife, quando por outra legenda teria amplas chances. Dificil imaginar, igualmente, que o partido tenha prometido a ele apoio para governador em 2014 por um raciocínio muito simples: o PSB já está apoiando o PT no Recife e o governador jamais poderia dar ao PT também a preferência para a disputa em 2014, porque seria dar de bandeja poder em exceso aos petistas.
Então, o que João ganhou ficando no PT? Promessa de um Ministério como Eduardo fez a Fernando Bezerra quando este abriu mão para o Senado? Só o tempo dirá. O fato é que João poder ter dado um grande tropeço.
SEM PRÉVIAS – Especula-se que o PT nacional estimulará a realização de uma prévia para escolha do candidato a prefeito no Recife. Candidato natural à reeleição, o prefeito João da Costa não acredita que o partido venha a impor esse constrangimento a ele, até porque em São Paulo, onde o PT usa como parâmetro, o partido não está no poder, mas o PSDB. E mesmo que a eleição prévia venha a se traduzir em algo real, o ex-prefeito, sem maioria no partido, também levaria desvantagem.
Estrada sonrisal - O Governo Eduardo Campos também tem obra sonrisal, que se desmancha rapidamente. O exemplo mais incontestável está na PE-88, que dá acesso ao município de João Alfredo, no Agreste Setentrional. Ali, o asfalto da rodovia se desmanchou em menos de um ano e a população trafega sob uma buraqueira infernal.

Lóssio festa devisão - Ao fazer a travessia do PSB para o PT, o deputado Odacy Amorim deu uma demonstração cabal de que não tem o apoio do governador nem do partido socialista para disputar a Prefeitura de Petrolina. E que entrará em voo solo, tentando sedimentar uma terceira via no maior colégio eleitoral do Sertão. Quem deve ter adorado é o prefeito Júlio Lóssio. Afinal, Amorim divide a oposição.
PMDB murcha - Não é só o DEM que se fragiliza e tende a desaparecer no mapa político e eleitoral do Estado. O PMDB também caminha nessa direção e ontem perdeu mais um prefeito para o DEM. Carlos Cecílio, de Serrita, que na eleição passada já apoio a reeleição do governador Eduardo Campos, faz, hoje, na terra da Missa do Vaqueiro, ato de filiação à legenda pessedista.
Divisão em Serra - O deputado Inocêncio Oliveira e o prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro, ambos do PR, não devem ficar no mesmo palanque na eleição municipal. A conversa no Palácio, ontem, com o governador Eduardo Campos, foi tensa. A tendência é o PSB apoiar o deputado Sebastião Oliveira contra a vontade do prefeito, que já lançou o vice Luciano Duque.


CURTAS -
TIRO NO PÉ – Em Santa Cruz do Capibaribe, a capital da sulanca, o deputado Diogo Moraes deveria ter feito uma pesquisa antes de fechar acordo com o deputado Edson Vieira, candidato a prefeito. Dei uma passadinha por lá ontem e senti que a repercussão foi negativa.
EM NAZARÉ – O empresário Gabriel Planta se filiar, amanhã, ao PSD para disputar a Prefeitura de Nazaré da Mata. O ato deve contar com a presença do presidente estadual da legenda, ex-deputado André de Paula. Planta tende a agregar a oposição.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – O que seduziu João Paulo a continuar filiado ao PT quando o PV já dava como certa a sua filiação?

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