
Inverno no Grande Recife é sempre o mesmo drama. Barreiras deslizando, gente soterrada, mortos e feridos. Mas o sofrimento de quem mora nos morros não se resume à falta de planejamento do poder público na hora de evitar tragédias o que deixa muita gente sem conseguir pregar o olho em noite de chuva. Quando a desgraça já está feita, a aflição aumenta ainda mais na hora de pedir socorro. Os relatos de quem precisou dos Bombeiros nos últimos dias em casos de deslizamentos de barreiras e não teve resposta são muitos.
Na Macaxeira, moradores da Vila Esperança usaram pás e até as próprias mãos para tentar salvar mãe e filha soterradas. Começaram a ligar para os Bombeiros às 5h do domingo, logo após o acidente. Conseguiram que alguém atendesse somente às 7h29. Quando os socorristas chegaram, vítimas já haviam sido retiradas por vizinhos. A criança sobreviveu, já a mãe, talvez pela demora do socorro, não resistiu aos ferimentos, morrendo ontem.
Em Nova Descoberta, após soterramento de mulher e três adolescentes, vizinhos ouviram do Corpo de Bombeiros que só iriam se houvesse vítima fatal. Mesma alegação dada a moradores de Peixinhos. Os bombeiros justificam que as linhas telefônicas estavam congestionadas. Diante dos problemas crônicos dos morros do Grande Recife é, no mínimo, inadmissível que os Bombeiros não tenham um sistema de atendimento. Mas do que ninguém, eles sabem que a rapidez no socorro pode salvar vidas
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