
A foto mostra trecho da Rua da União, Boa Vista, Centro do Recife, entre os edifícios Ébano, São Cristóvão e Círculo Católico, calçada do Edifício Garagem. Não é cena de uma calçada suburbana, periférica, foras das vistas. Por ali todos os dias passam autoridades, funcionários públicos e muitos outros cidadãos nos seus afazeres. A fossa estourada na calçada obriga todos a se desviar ou fazer ginástica para ultrapassar o fedido obstáculo. Há meses. Apenas um morador de rua que faz a sesta no local parece não se incomodar. A cidade de afoga em dejetos.
Francamente, não seria hora de lembrar do poeta Manoel Bandeira - ele deve estar revirando no túmulo se tiver sido informado do que acontece com a sua Rua da União? Nos dias de hoje Totônio Rodrigues botaria um lenço no nariz...
"Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!"
Francamente, não seria hora de lembrar do poeta Manoel Bandeira - ele deve estar revirando no túmulo se tiver sido informado do que acontece com a sua Rua da União? Nos dias de hoje Totônio Rodrigues botaria um lenço no nariz...
"Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!"
Manoel Bandeira
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