quarta-feira, 12 de outubro de 2011

COLUNA POLITICA



        Que falta faz o 'velhinho'
Há 19 anos, morria Ulysses Guimarães, o Senhor Diretas, patrono da Constituição Cidadã. Diferentemente dos políticos da atual geração, o velho pessedista atuou na vida pública por mais de 50 anos em perfeita sintonia com os mais legítimos interesses do povo brasileiro.
Altivo e guerreiro, sua luta vem de longe.  Em 1973, lançou sua anticandidatura simbólica à Presidência da República como forma de repúdio ao regime militar, tendo como vice o jornalista e ex-governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho, outra legenda.
À frente do MDB, participou de todas as campanhas pelo retorno do país à democracia, inclusive a luta pela anistia ampla, geral e irrestrita. Junto com Tancredo Neves, Orestes Quércia e Franco Montoro liderou novas campanhas pela redemocratização, como a das eleições diretas.
Ulysses exerceu, ainda, a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957 1985-1986 e 1987-1988); presidindo a Assembléia Nacional Constituinte, em 1987-1988. A nova Constituição, na qual teve papel fundamental, foi promulgada em 5 de Outubro de 1988, tendo sido por ele chamada de Constituição Cidadã, em razão dos avanços sociais que incorporou ao texto.
No desastre com um helicóptero, Ulysses desapareceu nas águas do mar de Angra junto à esposa D. Mora, o ex-senador Severo Gomes, a esposa deste e o piloto. O corpo do Senhor Diretas, por ironia do destino, infelizmente, foi o único nunca encontrado.
Na campanha para presidente em 89, Ulysses cunhou uma frase antológica quando os adversários sugeriam que estava velho demais para ser presidente. “Sou velho, mas não sou velhaco”.
COLLOR LEVANTA SUSPEITA – No livro que Collor escreve sobre o impeachment, sugere que a morte de Ulysses não teria sido acidental, mas provocada por “forças ocultas”. Quem já leu, entendeu que o então vice-presidente Itamar Franco renunciaria para que Ulysses viesse a assumir a Presidência. Collor diz que “seu trágico desaparecimento jogou uma pá de cal na operação”. Só não cita quem estava por trás, mas dá a entender que seria o próprio Itamar.
CPMF financia pista de skate - No momento em que o Governo sinaliza para volta do Imposto do Cheque, a má gestão dos recursos da CPMF e os desvios dos seus recursos só confirmam a tese de que a saúde nunca foi prioridade. A verba do Piso Nacional da Saúde, por exemplo, ao invés de ser aplicada em hospitais, serviu no passado para construir, pasmem, até pista de skate.
Rebelião contra o PSB - A operação montada pelo Palácio das Princesas para embalar a candidatura a prefeito de Garanhuns do forasteiro Antônio João Dourado, atual prefeito de Lajedo, só serviu para uma coisa: unir todos os partidos da própria base governista. O prefeito Luiz Carlos Oliveira (PDT) bradou alto, ontem, depois de uma reunião com 10 lideranças políticas. “Garanhuns não abriga invasor”, reagiu.
Rolo compressor - Numa demonstração pública de que o PSD é linha auxiliar do Palácio das Princesas, o PSB se juntou, ontem, à nova legenda na Câmara e oficializou o maior bloco do parlamento municipal, integrado por 10 vereadores, sendo seis da legenda socialista e quatro da pessedista. É bom que o prefeito João da Costa (PT) abra olho. Tem algo a mais no ar além de avião de carreira.
Fim do voto secreto  - Enquete feita pelo site do Senado aponta apoio majoritário dos brasileiros ao fim do voto secreto nas decisões do Congresso. Entre os que já votaram, 96,1% dos mais de nove mil internautas são a favor da medida. Em Pernambuco, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB) apresentou proposta para acabar também com o voto secreto. Mas não deve passar.

CURTAS -
BLOCO FAZ RODÍZIO – Pelo acordo acertado, ontem, entre PSB e PSD no bloco criado na Câmara do Recife, haverá um rodízio a cada três meses na liderança. Começa com Marília Arraes, do PSB, e depois será ocupada por Sérgio Magalhães, do PSD.
ALIANÇA BRANCA – Raul Jungmann, pré-candidato do PPS à Prefeitura do Recife, está endurecendo o jogo em relação ao presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. Sugerindo, na prática, que existe uma aliança implícita do partido com o Governo Eduardo Campos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Quando a prefeita de Pesqueira vai pagar o cachê dos artistas contratados para a festa do São João?

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