domingo, 17 de julho de 2011

Só Serra une adversários em São Paulo


                                                                                         O escorpião é uma ave
 Se o caro leitor encontrar os aliados tucanos Serra e Aécio abraçados, tente separá-los antes que um apunhale as costas do outro. Se o governador paulista Geraldo Alckmin disser que adora o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu aliado, acredite. Escolherá para ele um lindo punhal esculpido em prata maciça.

Marta gosta de Mercadante porque o considera um adversário fácil de vencer. Ambos gostam tanto de Suplicy que até simulam prestar atenção no que ele diz. Os três apreciam o ministro José Eduardo Cardozo, com rodelas de limão e maçã na boca. Os petistas se odeiam - mas a raiva dos tucanos uns pelos outros é maior. Não é briga de foice porque tucano sabe o que é foice só pelos livros.

A guerra aliada é cada vez mais perceptível. Em São Paulo, Alckmin estimula um candidato a prefeito em outro partido - seu amigo Gabriel Chalita, hoje no PMDB - só para tentar enfraquecer o preferido de Kassab à sucessão, seja quem for. Chalita pode também ser o Plano B do governador: se o candidato do PSDB não tiver musculatura eleitoral, Alckmin coloca o partido na comitiva do PMDB.

Aécio detesta Serra, mas não é aliado de Alckmin, que também não gosta de Serra: ambos disputam a mesma posição, a candidatura tucana à Presidência. Podem unir-se por instantes para derrubar Serra, que também quer se candidatar de novo (até aprender!), mas em seguida apontarão a garrucha um para o outro.

Por incrível que pareça, só um nome conseguirá unir os aliados em São Paulo: José Serra. Dá para imaginar apaziguador mais improvável?

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