COLUNA POLITICA

        O salvador da pátria

Em apenas seis meses, o Governo Dilma sofreu duas baixas, ambas no campo moral. A primeira, a do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, que misturou o público com o privado para “bombar” o seu invejável patrimônio. No mesmo rastro, caiu, ontem, Alfredo Nascimento, dos Transportes, que já perdera três diretores envolvidos num esquema de cobrança de propinas a empreiteiras.

Palocci e Nascimento são heranças malditas impostas pelo ex-presidente Lula. Dilma escolheu Palocci, é verdade, por ter sido um dos seus coordenadores da sua campanha, ma o seu posto – Casa Civil – foi uma imposição de Lula. A presidente não queria manter Alfredo, mas foi, igualmente, obrigada a engolir o sapo.

Sabe as razões? O suplente do ministro-senador, João Pedro (PT-AM), é compadre de Lula e este queria que ele continuasse no Senado, mesmo tendo uma atuação pífia. Diante de tudo isso, não seria exagero nem injusto concluir que o ex-presidente está fazendo um estrago terrível à sua sucessora.

Levando-a uma exposição inaceitável, a um desgaste no qual não tem a menor responsabilidade. Lula prestaria um grande serviço ao País, especialmente ao governo de Dilma, se mantivesse uma distância estratégica do Planalto. Mas, maquiavelicamente, deve estar agindo assim para que a presidente não acerte e possa surgir em 2014 como o salvador da pátria.

VÍDEO– Coube a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, convencer a presidente Dilma ao final do dia, ontem, pela decisão de demitir o ministro dos Transportes. A degola ocorreu no mesmo instante em que blogs e portais anunciavam que a revista IstoÉ iria trazer um vídeo no qual Alfredo Nascimento negociava propina em seu gabinete. Foi o estopim. Rapidamente, o ministro tornou pública uma carta se afastando, forçadamente, do cargo.

Bota o Valdemar! - Ao saber que a pasta de Transportes continuaria na cota do PR, a oposição comemorou o agravamento da crise moral na era Dilma com direito a piada. “Bota o Valdemar”, sugeria um dos líderes, referindo-se ao presidente do PR, Valdemar Costa Neto, personagem do escândalo do mensalão.

Repercussão negativa - O deputado Sebastião Oliveira teve uma longa conversa, ontem, com o deputado Inocêncio Oliveira por telefone. Concluíram que não repercutiu bem o lançamento precipitado da candidatura do vice-prefeito Luciano Duque à sucessão de Carlos Evandro (PR). O balão de ensaio, entretanto, partiu de Inocêncio. Sebastião diz que muitos aliados reprovaram.

Péssimo exemplo - A Compesa não tem jeito mesmo. Mais uma vez, apareceu na liderança do Procon como uma das empresas estatais mais reclamadas pelo povo pernambucano. Em termos de queixas de serviços de péssima qualidade só não está em primeiro lugar, na verdade, porque perdeu a liderança histórica para a Eletro Shopping.

Missa do Vaqueiro - O governador Eduardo Campos confirmou, ontem, ao prefeito de Serrita, Carlos Cecílio (PMDB), sua presença na Missa do Vaqueiro, um dos maiores eventos culturais do sertão nordestino. Também deve comparecer o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Acontece no próximo dia 24, no Sítio das Lajes.

CURTAS

NEPOTISMO– O prefeito de Itapissuma, Cal Volia (PSDB), nega que seja o rei do nepotismo, conforme insinuou o vice-prefeito Carlos Pereira, com quem rompeu. “Só coloquei meu pai e minha mulher, a lei garante. Minha mãe é efetiva”, diz.

FLORESTAL– O senador Humberto Costa (PT) discutiu, ontem, as questões mais polêmicas do Código Florestal, já aprovado pela Câmara, com produtores do açúcar e álcool do Estado. Durante o encontro, ele colheu sugestões para emendas.

PRODUTORES – O deputado estadual Odacy Amorim (PSB) intercedeu em favor dos produtores de queijo de Bodocó e Afrânio junto ao MP, que estão proibidos de comercializar seus produtos em Petrolina, maior centro da região do São Francisco.