COLUNA POLITICA

Dilma erra ao preservar ministro A queda da cúpula corrupta do Ministério dos Transportes inaugura a fase dos escândalos da era Dilma. Foi assim com Collor, Fernando Henrique e Lula. Lula, aliás, era a grande esperança de um basta na roubalheira, mas seus oitos anos foram marcados por megaescândalos, um atrás do outro. Cada um mais cabeludo que o outro, para ser mais preciso. A cada revelação de uma gatunagem, Lula, ao invés de reagir firmemente, passava a mão na cabeça do aliado até levá-lo a sangrar e com o sangramento a queda. Com Dilma, pelo menos neste episódio, o País assistiu a um comportamento diferente. De imediato, meteu a caneta nos três auxiliares do ministro Alfredo Nascimento, mas, sem explicações, preservou o chamado chefe da quadrilha. Tem razão o governador do Ceará, Cid Gomes, quando alerta que o Ministério dos Transportes virou um antro de corrupção. Dilma vacila em não afastar o ministro. Qualquer ministro tem obrigação de saber e de ver o que acontece em sua pasta. Se não sabe e não vê, como alegou Nascimento na sua primeira defesa após o escândalo revelado pela revista Veja, não tem condições de ser ministro. Para facilitar a vida da presidente, o ministro poderia pedir seu afastamento até a conclusão das investigações, já que alega que não tem culpa no cartório. A Tuma do Alfredo foi pilhada pegando 4% de propina em cima do dinheirão liberado para obras. CASSAÇÃO– A desfiliação do PMDB do vice-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, que aderiu ao PR, será objeto de discussão no diretório estadual. Segundo uma fonte ligada ao comando do PMDB, o vice pode sofrer processo que culminará na cassação do seu mandato. A legislação é clara: quem é detentor de mandato, como é o caso de Duque, só pode mudar de legenda por perseguição, mudança de ideário ou ingresso numa legenda em formação. O que é bom tá guardado! - A antecipação do ingresso do vice-prefeito de Serra Talhada no PR foi armada por Inocêncio Oliveira, com a anuência do prefeito Carlos Evandro, para isolar o deputado Sebastião Oliveira, de olho na Prefeitura. Dizem que Sebastião dará o troco. Por isso, seus aliados andam cantando por aí uma musiqueta de Geninal Lacerda, cujo refrão diz o seguinte: “O que é bom tá guardado”. Empresas correm riscos - O senador Armando Monteiro Neto (PTB) promove, amanhã, debate no Congresso sobre a crise no parque industrial. “Precisamos estar atentos para o grande risco de desindustrialização, devido a uma série de gargalos tributários e logísticos, além da falta de investimentos em inovação, que colocam o Brasil na 58ª posição no ranking internacional de competitividade”, alerta. Pelo aliado, tudo! - O prefeito  de Serrita,  Carlos Cecílio (PMDB), e seu vice, Jovani Sampaio, tiveram seus mandatos cassados por compra de votos. Cecílio chegou a ser preso pela Polícia Federal e conta com 16 advogados. Há pouco, ganhou um reforçou: o deputado Fernando Bezerra Filho, que virou seu representante numa audiência com a ministra Nancy Andrighi, relatora no TSE. Cadeado do galinheiro - Quem no Brasil é pego roubando o dinheiro do contribuinte deveria ficar em cana até devolver aquilo que roubou. Fórum privilegiado ou habeas corpus, só amanhã. No dia seguinte da devolução, seria processado com benevolência. A dificuldade é convencer a raposa que faz as leis que o galinheiro precisa de cadeado. CURTAS JOAQUIM MINISTRO– Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, o ex-governador Joaquim Francisco revelou que indicou Krause ministro da Fazenda de Itamar depois de recusar o convite para ele próprio. “Itamar queria que eu assumisse”, contou. MAIOR PISO– O prefeito de Ouricuri, Ricardo Ramos (PSDB), implantou o maior piso para professor no Estado, que varia de R$ 890 a R$ 1.274,00. Os demais prefeitos do Estado, que vivem choramingando por aí, poderiam seguir o seu exemplo. TROCA-TROCA– No mesmo dia em que o prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro, fez uma festa no Recife para filiar o seu vice Luciano Duque, que será o seu candidato a prefeito, o ex-prefeito Geni Pereira trocou o PTB pelo PSB e sai candidato pela oposição.