sábado, 2 de julho de 2011

COLUNA POLITICA



            Sertão não sabe o que é Pacto
Há pouco, um ex-vereador de Serra Talhada foi assassinado uma semana após pedir garantia de vida ao Estado. Ele vinha sofrendo ameaças de morte, mas ninguém acreditou no seu relato e o descaso do Governo contribuiu para que bandidos armados tirassem a sua vida.
Esta semana, na mesma cidade, o vereador José Raimundo (PTB) denunciou ao radialista Júnior Duarte, da Vila Bela FM, que passou a receber ameaças de morte, através de ligações feitas de um telefone público, um orelhão.
A polícia já teria identificado que a origem dos telefonemas seria de um mototaxista incomodado com a realização de uma audiência pública na Câmara, proposta por Raimundo, para tratar do aumento abusivo de 50% na cobrança da tarifa mínima de deslocamento em torno da cidade.
Mais uma vez, o Estado foi acionado, mas até ontem a União dos Vereadores (UVP) não havia recebido qualquer sinalização de providências por parte da Secretaria de Defesa. Diante disso, a instituição já pensa em pedir uma audiência ao governador para relatar os dois casos e pedir que o Estado dê mais segurança ao trabalho parlamentar no Sertão.
O Governo faz a maior propaganda sobre os supostos resultados alcançados com o Pacto pela Vida, mas não é só ameaça de morte envolvendo parlamentares que se observa no Sertão. A violência, na verdade, campeia nas estradas esburacadas, com assaltos e morte à luz do dia.
IDIOTAS– A quem queria se referir o ministro da Defesa, Nelson Jobim, quando abusou do adjetivo idiota, em discurso em Brasília, na homenagem ao ex-presidente FHC. Disse ele: “Os tempos mudaram. Nelson Rodrigues já dizia que no seu tempo os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe, hoje, é que os idiotas perderam a modéstia e temos que ter tolerância e compreensão com os idiotas”. Dilma entendeu como uma crítica ao seu Ministério.
Aliado, mas altivo - Coordenador da bancada do Nordeste na Câmara, o deputado Gonzaga Patriota é aliado do Governo, mas não é subalterno. Liderou os parlamentares nordestinos contra a ameaça de Dilma de não prorrogar as emendas de restos a pagar de 2009 e tem dito por aí, em alto e bom som, que o Governo paralisou as obras da Transnordestina.


Guerra: “Dilma não governa” - O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, constata que a presidente Dilma não vai conseguir governar. “Falta jogo de cintura e experiência por parte dela na condução política. O PMDB fisiológico e o PT que não a engole não a deixarão governar”, diz o tucano, para quem há um sentimento no Congresso de que o Governo não consiga aprovar matérias do seu interesse.
Não emplaca - Em Araripina, ninguém acredita que o deputado Raimundo Pimentel (PSB), que se elegeu com o apoio do prefeito Lula Sampaio (PTB) e deste se afastou, consiga emplacar a candidatura da sua mulher, doutora Socorro, numa frente com o apoio do ex-deputado Bringel e o ex-prefeito Valdeir Batista. Pimentel teria o aval do Palácio.
Boa notícia - A antiga fábrica da Pilar, no bairro do Recife, vai abrigar o maior moinho da M. Dias Branco no Brasil. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Campos e pelo vice-presidente do grupo, Ivens Dias Branco, no Palácio do Campo das Princesas. O novo equipamento vai receber R$ 141 milhões em investimentos e vai entrar em operação em 2013

CURTAS 
MÁQUINAS– Gonzaga Patriota garante que o Ministério da Agricultura autorizou o pagamento das 47 máquinas agrícolas que estão paradas na sede do IPA em Serra Talhada, há mais de um ano, levando sol e chuva. O ato foi assinado no dia seguinte, segundo ele, à decisão de Dilma prorrogando as emendas de restos a pagar de 2009.
IGREJA CONTRA– O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, abriu, ontem, ao lado do deputado Daniel Coelho (PV) uma frente contra a instalação de uma usina nuclear no Estado. O município pré-escolhido é Itacuruba, no Sertão. Lá, ninguém quer ouvir falar nisso.
DEFESA– O deputado José Chaves (PTB) comemorou a decisão da presidente Dilma de prorrogar as emendas parlamentares de 2009 por mais três meses. “Essas emendas são o PAC dos municípios”, diz ele, referindo-se às obras no Interior que são tocadas com recursos federais.

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