sexta-feira, 1 de julho de 2011

COLUNA POLITICA



          Vencida pela barganha
Dilma ficou muito mal na foto ao recuar na decisão de não prorrogar o decreto das emendas de restos a pagar de 2009, uma bolada superior a R$ 4,5 bilhões. Na véspera do vencimento da matéria, pressionada pela base parlamentar na Câmara dos Deputados, a presidente deu o braço a torcer e se rendeu ao fisiologismo, contrariando a equipe econômica.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aliás, estava convicto de que a chefona, que tem fama de durona e zelosa pela coisa pública, enfrentaria a rebelião de cara erguida. E esta altura deve estar profundamente desapontado, porque o Governo será forçado a deixar de fazer o dever de casa fiscal por um ato meramente fisiológico e forçado pela barganha, do é dando que se recebe.
As emendas parlamentares foram criadas no regime de exceção para o Governo adoçar a boca dos seus aliados no Congresso. Muitas delas, entretanto, não têm como finalidade melhorar as condições de vida da população nem são voltadas para o social, mas apenas para permitir o fisiologismo político.
Foi assim no passado, na redemocratização, com FHC, Itamar, Lula e está sendo com Dilma. E ninguém tem coragem de mudar. Triste País que tem um Congresso regido por um sistema tão caduco, longe de atender as aspirações do seu povo.
NAMORO OU AMIZADE?– Tem muita desconfiando das trocas de gentilezas entre a presidente Dilma e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na comemoração dos seus 80 anos, ontem, em Brasília, FHC voltou a se derramar em elogios à petista, enquanto, a poucos metros dali, o ex-candidato tucano ao Planalto, José Serra, tentava o aval dos principais caciques do partido para endurecer os termos de uma carta contra Dilma discutida na primeira reunião do Conselho Político.
Na jugular - O presidente do PMDB, Dorany Sampaio, jogou pesado, ontem, com o governador Eduardo Campos, ao comentar a repercussão do caderno especial do JC sobre Fernando de Noronha. “O governador ficou com nariz de Pinóquio, desmoralizado. Em qualquer país decente, ou o mentiroso renuncia ou é empichado”, disse, referindo-se à postura contraditória do Governo em relação à ilha.
Governador pisa na bola - O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), deu a mão a palmatória e admitiu, ontem, numa entrevista ao jornal O Globo, que não teve uma conduta correta ao usar aeronaves de empreiteiros com contratos no seu Governo e ir à festa de quem o ajudou financeiramente na campanha. Deu a entender que, na verdade, governa misturando o público com o privado.
Na defesa - O líder do Governo na Assembleia, Waldemar Borges (PSB), saiu em defesa, ontem, do Governo e do administrador de Fernando de Noronha, Romeu Baptista. “Nunca um governo conseguiu avançar tanto em políticas sociais na ilha quanto o de Eduardo. Noronha passou a ter um dos maiores IDHS do País”, destacou.
Forró eleitoral - O deputado Sebastião Oliveira (PR) manteve, ontem, a tradição junina com a promoção em Serra Talhada do seu “Arraial do Sebá”, em praça pública. Pela forma como a festa foi conduzida os aliados entenderam que o parlamentar, pré-candidato a prefeito do município, colocou, definitivamente, o seu bloco na rua.

CURTAS
COSME E DAMIÃO– O prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PSB), e o seu vice Dufles Pires (PSDB) foram os políticos mais saudados na programação junina do município. Foram vistos circulando em vários arraiais. Sinal de que Yves apoiará Dufles?
EMANCIPAÇÃO– Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife, no Sertão do Pajeú, está em festa, hoje, com a comemoração dos 102 anos de emancipação política. O prefeito Totonho Valadares (PSB) vai inaugurar obras e anunciar novos programas.
ESCURIDÃO– O município de Condado, na Zona da Mata, continua às escuras, porque o prefeito Egberto Quental comprou uma briga na justiça com a Celpe. Enquanto o conflito não tem data para apagar, a população paga o pato. Quem tem razão?

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