O último encontro e a traição
Ao ser informado sobre o rompimento do ex-prefeito de Belo Jardim, João Mendonça, com o seu grupo histórico, os Mendonça, acenando para o pulo do gato rumo às asas protetoras do Governo, me veio à lembrança o último encontro com o ex-deputado José Mendonça Bezerra.
Quinze dias antes de ser internado, Mendonção, sem nenhum sintoma aparente de que estava doente, fez um grande desabafo ao blogueiro. Entre um e outro gole de vinho branco traçando uma peixada num restaurante do Recife, detonou o sobrinho João Mendonça, que, segundo ele, vinha conspirando contra a sua candidatura.
Depois de 10 mandatos federais, Mendonção queria encerrar a vida pública como prefeito de Belo Jardim. Mas, tinha uma pedra no meio do seu caminho, que ele nunca havia imaginado: João Mendonça. Na política do vale tudo para alcançar o poder, o sentimento mais deplorável é o da ingratidão, já dizia Agamenon Magalhães.
“Ele é um ingrato”, repetia várias vezes Mendonção, durante a conversa, reportando-se ao sobrinho traidor. O velho cacique, cuja maior virtude era ter um lado definido na política e imaginava ser este também um traço da personalidade do sobrinho, morreu rompido e profundamente decepcionado com ele.
Não esperava ser apunhalado pelas costas na hora que mais precisava por alguém a quem nunca abandonou, manteve fidelidade e tratou como se fosse um filho.
CONFIRMAÇÃO - Do deputado Mendonça Filho ao confirmar o relato acima: “João tinha compromisso de apoiar meu pai para o cargo de prefeito, mas por trás agia de maneira diferente. Os dois deixaram de se falar. Promovi a paz entre eles, mas posso dizer que meu pai morreu profundamente magoado. João foi criado como meu primo-irmão, mas agora se revelou. Eu não preciso nem ser procurado para tratar da desfiliação”.
Imagem arranhada -
Uma semana após um agricultor ser assassinado em Sertânia por ter denunciado tráfico de madeira, o Globo Rural de ontem mostrou como é feita a devastação de madeira nobre da caatinga para carvoarias que funcionam ilegalmente. Por falta de fiscalização, o Governo do Estado ficou mal na fita.

ENFIM, AS MÁQUINAS - Amanhã, finalmente, o Governo do Estado entrega 47 equipamentos agrícolas que estavam abandonados na sede do IPA, em Serra Talhada , levando sol e chuva. Com direito a toda pompa cerimoniosa nos salões da Bandeira. Não fosse a denúncia deste blog, as máquinas certamente ainda estariam lá, enferrujando.
Casamento concorrido – O presidente Lula, que chege ao Recife na quinta-feira, tende a esticar sua estada em Pernambuco até a sexta-feira de noite, para prestigiar o casamento do deputado Fernando Bezerra Filho, herdeiro político do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Dilma pode vir também.
ACENO PATRIÓTICO –
Em Petrolina, o nome que vem ganhando apoios da base governista com assento no Palácio das Princesas, mesmo ainda de forma discreta para concorrer a prefeito, é o do deputado Gonzaga Patriota. Por isso, o deputado Odacy Amorim tem pressionado o PSB para escolha do seu nome preferido.

CURTAS
ADEUS, CARLOS– A Imprensa pernambucana ficou mais pobre com a morte, ontem, do jornalista Carlos Cavalcanti, que foi um dos meus primeiros chefes no Diário de Pernambuco, no início da década de 80.
SÓ LERO-LERO– O deputado Ricardo Costa desconfia que o prefeito Renildo Calheiros não esteja de fato realizando tantas obras como mostra a sua propaganda na televisão. Por isso, entrou com pedido de informações.
CAMPANHA – O vereador Alvinho Patriota não gostou do desfile que o prefeito de Salgueiro, Marcones Libório Sá (PSB), promoveu, ontem, para mostrar à população as máquinas que comprou. Viu no gesto campanha antecipada.
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