Capacidade de produção na República Islâmica deverá ser multiplicada por três
Anúncio de enriquecimento de urânio é mais uma provocação contra o Ocidente após as declarações de Ahmadinejad na terça-feira (Behrouz Mehri / AFP)
O Irã vai produzir urânio enriquecido a 20% em sua nova instalação de Fordo, perto da cidade sagrada de Qom, a 150 quilômetros ao sul de Teerã, anunciou nesta quarta-feira o diretor do programa nuclear iraniano, Fereydun Abasi Davani. Isso deverá multiplicar por três a capacidade de produção de urânio do país.
"Nós vamos transferir o enriquecimento a 20% de Natanz para a central de Fordo este ano, sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)", declarou Davani, segundo o site da TV estatal. "Nós também vamos triplicar a capacidade de produção. O enriquecimento a 20% não será interrompido em Natanz até que o nível de produção seja três vezes maior que o atual", completou.
Provocação - Apesar de afirmar que o programa será supervisionado pela AIEA, que na segunda-feira revelou novas suspeitas sobre a atividade nuclear do país, o anúncio de aumentar o enriquecimento representa mais uma afronta ao Ocidente. Na terça-feira, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que nenhuma proposta vinda das potências mundiais será capaz de convencer o Irã a interromper o processo. Segundo ele, os avanços de Teerã na área nuclear não têm "nem freio nem marcha a ré".
Durante quase duas décadas, o Irã ocultou suas atividades nucleares, levando os Estados Unidos e seus aliados ocidentais a temer que o país queira desenvolver armas atômicas sob um “programa nuclear civil”. A hipótese é rechaçada pelo governo da República Islâmica, que diz que as acusações sobre supostos aspectos militares de seu programa nuclear são manipuladas e se nega a debater este assunto com a AIEA.
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