Ativistas do Greenpeace escalam plataforma de petróleo na Groenlândia
Essa é a história de 18 contra um gigante. Dezoito ativistas do Greenpeace, que no fim de semana se penduraram, literalmente, numa plataforma de petróleo da Cairn na Groenlândia, depois que a empresa começou a explorar petróleo no Ártico sem apresentar um plano de emergência.
Apesar de a região – e especificamente a ilha e seus moradores – estarem no epicentro das principais consequências do aquecimento global, o governo dinamarquês, que responde pela Groenlândia, vê no derretimento do gelo uma oportunidade de aumentar a exploração de petróleo – cuja queima é um dos principais motores do aquecimento global (onde vai parar a água do degelo - que ameaça cidades litorâneas populosas, com o aumento do nível dos mares – não é problema, pelo visto).
Os 18 estavam a bordo do navio Esperanza, do Greenpeace, que acompanha as atividades petrolíferas na Groenlândia. Os pedidos para a Cairn não começar as atividades antes de detalhar o que fará em caso de acidente bateram no casco da plataforma, sem resposta. É bom lembrar que estamos falando de um dos últimos refúgios naturais do mundo.
O Greenpeace escreveu para a empresa, ligou, mandou fax e e-mails, sempre tentando ver o plano. Então decidimos ir lá com nosso navio – e nada. E aí, no sábado, os 18 subiram na estrutura, pessoalmente, numa tentativa de serem afinal ouvidos.
O fato de fazerem parte de uma organização do porte do Greenpeace não exime a coragem que eles mostraram. Imagine subir em uma plataforma, sem saber exatamente como a história vai terminar. Agora imagine fazê-lo na Groenlândia, no meio a águas gélidas e ventos de cortar a pele, sabendo que lá dentro só encontrará ânimos exaltados. Por mais que a organização dê todo o apoio, inclusive jurídico, e equipamentos, no fim são apenas eles contra um Golias.
Por oito horas, a Cairn foi obrigada a interromper as operações naquele dia. Os 18 foram presos e levados à uma audiência com um juiz, que depois de ouvir ambos os lados deu seu veredicto: multas e extradição.
É uma decisão dura, tendo em vista que eles arriscaram sua vida, e pacificamente, por um bem comum, com um pedido justo. Mas tudo valeu a pena quando o juiz, analisando o caso, perguntou diretamente aos advogados da Cairn: cadê seu plano de emergência? E que tal mostrar agora?
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