quarta-feira, 25 de maio de 2011

SDS investiga conduta de policiais que atiraram contra táxi em Paulista


Reprodução / TV GloboO motorista conta que os policiais não se identificaram antes de atirar; Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos vai abrir um inquérito paralelo para apurar o caso

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social investiga o que ocorreu na noite da última segunda-feira (23), durante uma ação policial em Paulista, na Região Metropolitana: agentes da Polícia Civil teriam atirado, por engano, contra um taxista. O motorista Paulo Roberto de Oliveira Júnior (foto 1) conta que os policiais não se identificaram antes de atirar. Para tentar escapar, ele acabou batendo com o carro.

Ele disse que tinha comprado o carro há dois meses, quando começou a dirigir como taxista e que ainda havia 13 parcelas para pagar. O veículo, que ficou todo danificado, foi levado para o Instituto de Criminalística. Paulo Roberto, 31 anos, disse que estava na estrada de Manepá, em Paulista, quando, do carro da frente, que não tinha qualquer logomarca, saíram três homens armados e atirando.

“Já desceram do carro atirando. No segundo tiro eu dei a marcha ré, estou sendo confundido com alguém, foi o que pensei. Dei a ré e vim desesperado, eu me joguei no chão no momento da batida, e comecei a gritar que eles estavam enganados, ‘por favor, não me mate não’. Aí eles vieram, botaram a pistola na minha cabeça e disseram que vinha um táxi com bandidos dentro e aí eu fui confundido”, conta Paulo.

Na manhã desta terça (24), Paulo Roberto pegou um carro emprestado e veio à corregedoria da polícia para fazer a denúncia. A corregedoria, que é encarregada de investigar possíveis abusos cometidos por policiais, entrou ontem mesmo no caso. Os funcionários viram o carro batido e baleado e identificaram os três homens que teriam participado da abordagem.

O taxista foi ouvido na última segunda (23) na delegacia de plantão de Olinda. De acordo com o chefe de Departamento de Inspeção da Corregedoria, Carlos Castro (foto 2), ele deverá prestar depoimento outra vez. Serão analisados documentos como os da perícia feita no táxi e os policiais envolvidos também deverão prestar informações, no processo preliminar aberto para investigar o que aconteceu.

A Polícia Civil informou, ainda, que a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos vai abrir um inquérito paralelo para apurar o caso. "Após esse procedimento, vai ser instaurado ou uma sindicância, que demora 15 dias,  ou um processo administrativo, de 90 dias. Poderá haver uma advertência chegando à suspensão, até a demissão”, afirma o chefe do Departamento de Inspeção da Corregedoria, Carlos Castro.

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