sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

COLUNA POLITICA


        O estilo Dilma
O estilo é a marca consagrada do político. Dilma não é, convenhamos, uma política na expressão literal da palavra, mas como gestora tem seu estilo. Elogiável e invejável. Ninguém passa por cima da sua autoridade.
Não amacia o ego de ninguém, bem diferente do seu antecessor e padrinho Lula, que adorava passar a mão na cabeça de auxiliares, mesmo confessadamente corruptos. Nos últimos dias dois episódios ratificaram esse perfil ortodoxo da presidente. Primeiro, quando dobrou o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabriele.
Indicado e protegido pelo ex-presidente, Gabriele só dava satisfação a Lula e administrava os interesses na estatal do ex-ministro José Dirceu, a quem é ligado. Dilma deu o cartão vermelho a ele sem nenhuma cerimônia.
Já o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), chegou a desafiar o Governo ao afirmar que o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, indicado por ele, não seria demitido. E ameaçou com represálias, espalhando a versão de que o PMDB iria convocar o ministro Fernando Pimentel para explicar consultorias fantasmas de R$ 2 milhões.
Sem pestanejar, Dilma ligou para o ministro Fernando Bezerra e mandou demitir Fernandes. Se não o fizesses, estaria desmoralizada. É assim que se governa, exercendo a plenitude do seu poder. Já dizia Agamenon Magalhães: ninguém governa governador.
SEM ISOLAMENTO– O pré-candidato tucano à Prefeitura do Recife, Daniel Coelho, não enxerga nos demais partidos de oposição uma tentativa de isolá-lo nas negociações para se construir um candidato consensual no enfrentamento ao bloco governista. “Não é isso que tenho ouvido do senador Jarbas Vasconcelos, a principal liderança do PMDB, com quem temos um diálogo permanente”, disse. O tucano, na verdade, está de olho numa aliança com o PMDB.
Coragem de mamar em onça - O vereador Luciano Pacheco (PSD) saiu de uma conversa, ontem, com o presidente estadual da legenda, André de Paula, disposto a colocar sua candidatura nas ruas sem o apoio prévio do prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (PTB). Aliados do prefeito acham que o seu candidato será o secretário de Finanças, Giovane Freitas, ex-prefeito de Sanharó.


Transposição retomada - Dez dias após assinar as ordens de serviço dos lotes 11 e 12 da transposição do São Francisco em Sertânia, o ministro Fernando Bezerra Coelho cumpre, hoje, agenda semelhante em Cabrobó. Ali, dá autorização para retomada das obras dos lotes 1 e 2, respectivamente R$ 238 milhões e R$ 263 milhões. Aliados preparam uma recepção calorosa no aeroporto de Petrolina.
Mais honesto - Numa roda de viola, ontem, em São José do Egito, a capital do repente, um mote causou sensação, provocou os políticos e fez o público ir ao delírio: “Comparado aos ladrões de hoje em dia, Lampião foi honesto até demais”. Nunca se viu, na realidade, nada mais atual em se tratando da podridão entre os corredores do Congresso e o Planalto.
No olho da rua - Depois do Dnocs, a Sudene. Segundo rola nos bastidores em Brasília, a presidente Dilma vai afastar também o superintendente da autarquia, Sérgio Fontana. Embora seja protegido do ex-ministro da Integração, Geddel Vieira, atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Fontana vai passar o Carnaval procurando novo emprego nos classificados.

CURTAS
QUEM TE VIU! – O ex-deputado André de Paula, hoje no comando estadual do PSD, já foi votado em Caruaru em duas eleições com o apoio do ex-deputado Tony Gel (DEM). Mas como mudou de lado e virou ardoroso eduardista, anunciou ontem que estará no palanque de José Queiroz. A política gira feito uma bola!
BRIGA FEIA– O presidente do PMDB, Michel Temer, deixou vazar, ontem, o seu sentimento em relação à demissão do diretor-geral do Dnocs. Ele acha que há fogo amigo do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. O cacique Eduardo que prepare seu tacape para enfrentar a tribo do PMDB.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Quem vazou para Temer que o governador Eduardo Campos exercita o fogo amigo para desestabilizar o PMDB?

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