segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vizinhos reagem a ''Brasil expansionista



 A expansão da influência do Brasil começa a gerar, segundo analistas, um sentimento antibrasileiro na América do Sul. Ao mesmo tempo em que o "consenso de Brasília" é um modelo de sucesso econômico que a região quer emular, a crescente presença de empresas brasileiras nas nações vizinhas desperta desconfiança.  O governo da província argentina de Mendoza sustou um projeto de exploração de potássio da Vale (investimento de R$ 8 bilhões) e acusa a mineradora de não cumprir acordo para usar fornecedores e mão de obra local.
No Peru, foi cancelada a licença para a construção da hidrelétrica de Inambari, a maior do país, a ser tocada por OAS, Furnas e Eletrobras. A obra estava estimada em US$ 4,9 bilhões. A concessão será submetida a consulta popular, o que pode acontecer com outros investimentos brasileiros no país. O presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, disse à Folha de S.Paulo em abril não querer "repetir com o Brasil o ditado que diz que a desgraça do México é estar tão longe de Deus e tão perto dos EUA".  Para Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da FGV, "há uma percepção de que o Brasil em ascensão vai se comportar do mesmo modo que as potências coloniais tradicionais, como EUA e Espanha. Esses países querem, sim, receber investimentos do Brasil, mas coibindo abusos".

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