domingo, 19 de junho de 2011

''2014 será jogo aberto. 2012, depende de João da Costa'', diz secretário do Governo



À frente da Secretaria Extraordinária da Copa 2014, o jornalista Ricardo Leitão continua bem atento. E não apenas ao que se refere aos preparativos para os jogos que, daqui a três anos, serão disputados no País. Nesta primeira entrevista que concede após um problema de saúde muito agravado por uma infecção hospitalar, o que o deixou quase dois meses em tratamento, ele se mostra, como sempre, muito sintonizado com o jogo político que não para. Admite o interesse do governo na aprovação da PEC que busca garantir o quarto mandato de Guilherme Uchoa (PDT) no comando da Assembleia Legislativa de Pernambuco (embora garanta que não há pressão palaciana sobre aliados) e comenta os movimentos do PTB e PT buscando "marcar campo" para a disputa de 2014. Além da relação local entre Eduardo e o PSDB e o tabuleiro que vem sendo montado para a disputa no Recife, ano que vem. 

EDUARDO EM 2014

"Eu acredito que o governador vai disputar 2014. Pode ser para deputado federal ou para o Senado na vaga que se abre com o fim do mandato do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Jarbas será candidato à reeleição? É uma hipótese. O governador vai avaliar o quadro. Ele pode ser convocado para compor uma chapa presidencial? Pode. Então tem essas 3 alternativas. Ficar no governo é que não acredito. Na condição de presidente nacional do PSB, Eduardo está vendo a oportunidade de partir do Estado para ter uma interferência mais efetiva no jogo político nacional. João Lyra já se pronunciou que ficará no governo. Eduardo sai deixando o Estado na mão de um aliado e que não vai criar dificuldades ao encaminhamento administrativo."

PSB E PSDB

"Isso são alianças regionais, pontuais. Não haverá, suponho, nenhuma aliança nacional do PSB com o PSDB. O PSDB é de um campo político que não é o nosso. O PT, o PDT, o PTB, o PCdoB, esse é o nosso lado. Em Pernambuco nunca deu certo você mudar de lado. As pessoas que trocam de campo sempre quebraram a cara aqui. Agora, ocorreram alianças pontuais que foram boas para o PSB e para o PSDB. Por exemplo: o PSB tem hoje a Prefeitura de Belo Horizonte em função do apoio do PSDB ao prefeito Marcio Lacerda, temos o governador da Paraíba (Ricardo Coutinho) em função do apoio a Cássio Cunha Lima que fez campanha aberta para José Serra e para Coutinho. O governo do Paraná, Beto Richa, do PSDB, tem o apoio do PSB. São inflexões regionais que ocorrem em função das contingências das alianças. O que é importante numa aliança política é quem tem sua hegemonia. No plano nacional quem tem é o PT. Aqui no Estado é o PSB. Quem tem a hegemonia tem o poder de direcionar as alianças, fixar as políticas, estabelecer as prioridades administrativas e comandar o processo político. Na Prefeitura quem tem a hegemonia é o PT. Houve uma tentativa de quebrar a hegemonia de João da Costa, ele teve dificuldades de vencer essa reação interna, mas venceu. E depois começou a crescer do ponto de vista administrativo. A Prefeitura hoje em dia é uma coisa, há um ano era outra."

Nenhum comentário: