quinta-feira, 22 de março de 2012

Coluna Politica


           O caldo engrossou
As chafurdações no PT em torno do processo da sucessão no Recife levaram o deputado Fernando Ferro, aliado do prefeito João da Costa, a perder a paciência, ontem, com o senador Humberto Costa, a quem aponta como o principal responsável pela implosão no partido.
Em entrevista , Ferro antecipou que não participará mais de reuniões em que estejam presentes o deputado Maurício Rands e o próprio Humberto. “Parece que todas as conversas que tivemos até hoje com esses dois senhores ficou no reino do faz de conta”, desabafou, adiantando: “Eles estão sendo desrespeitosos e politicamente incorretos”.
Ferro foi mais além e disse que se a gestão municipal vai mal, como sugerem Humberto e Rands, “a culpa é da CNB (corrente liderada pelo senador), que indicou o maior número de cargos na Prefeitura”.
Os petardos do deputado só vão contribuir ainda mais para dificultar a unidade no PT. A esta altura, mesmo que o PT venha a escolher o candidato mediante prévias, os efeitos colaterais da divisão entre as correntes não serão sanados do dia para noite.
Pelo andar da carruagem, o PT, portanto, dificilmente se unirá e, rachado, dará aos alternativos o combustível que faltava para ser apresentado e absorvido mais um candidato egresso da Frente Popular.
CONTRATO MALA-SOMBRADO – Foi preciso estourar o escândalo no Rio, através da TV-Globo, para que a população pernambucana tomasse conhecimento das ramificações da empresa cariocaToesa no Estado, especializada em locação de ambulâncias. Ora, se o governador cancelou o contrato sem antes fazer sequer uma auditoria, das duas uma: ou quis dar uma de bonzinho ou, na verdade, se pauta pela mídia, digamos, pela “poderosa”, como diria Clodovil.
Governador discrimina - Prefeitos não alinhados ao governo socialista são tratados a pão e água. E as prioridades ignoradas. É o caso de Condado, onde o democrata Egberto Queiroz tenta uma audiência há um mês e não recebe sinalização do governador. Ali, 70 empresas querem se instalar, mas o prefeito não tem autonomia para desapropriar os terrenos.

PMDB dá o troco - Ao degolar o senador Romero Jucá da liderança do Governo e ignorar as pressões do PMDB de Sarney para abrir mais espaço na Esplanada dos Ministérios, a presidente Dilma mexeu em casa de vespeiro. Uma prova disso foi a derrota ontem na Comissão de Constituição e Justiça, quando o Governo perdeu o poder para demarcar terras indígenas. Na sua totalidade o PMDB votou contra.
Desafio em Petrolina - Na campanha em Petrolina, o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) vai desafiar os adversários para o debate em torno de quem mais investiu no município. “Em quatro anos, fizemos mais do que nossos adversários em oito anos, isso sem o apoio do Estado e sem sequer ter um deputado em Brasília”, disse Lóssio, que deve enfrentar Fernando Filho (PSB) e Odacy Amorim (PT).
Conversa adiada - O governador Eduardo Campos ainda não conseguiu agendar a conversa que teria esta semana com o ex-presidente Lula sobre o imbróglio em que se transformou a sucessão no Recife. O mais provável é que seja adiada cada vez mais. Lula só ficará sabendo se será preciso continuar o tratamento do câncer após exames finais agendados para o dia 23 de abril.

CURTAS
ALTERNATIVO– O deputado Sílvio Costa (PTB) diz que as prévias no PT para escolha do candidato a prefeito do Recife não inviabilizam o candidato do bloco alternativo. “Acho que fortalece ainda mais a nossa tese, porque o PT sairá dividido em qualquer circunstância”, observa.
SINAL– Há dois dias, o governador não cumpre agenda externa, sinal de que está querendo tempo para entrar na costura da unidade da Frente Popular no Recife. Uma derrota da base do Governo na capital atrapalha os planos do governador para um eventual voo nacional em 2014.
PERGUNTAR NÃO OFENDE – Dá para convidar Fernando Ferro e Humberto Costa para uma mesma mesa?

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