quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ganhou respeito e credibilidade



 
O tumultuado e desgastante processo da PEC da reeleição sem limites para a mesa diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco contribuiu para consolidar e ratificar a postura coerente do senador Armando Monteiro Neto (PTB).  Desde que a matéria passou a ser discutida o líder trabalhista se posicionou contrário, alegando não tratar-se de nada pessoal contra quem quer seja, mas por questões de princípios.
Princípios contra o instrumento da reeleição. Armando é aliado do governador, mas não subserviente. Em política, quem deriva para a subserviência é fadado ao fracasso, perde a compostura e o respeito da opinião pública. Ter princípios está além do posicionamento político.
É uma questão elementar de ética, de respeito à Constituição, a lei soberana do País. Longe de politizar ou apequenar a discussão, o senador pautou o PTB em cima de argumentos sólidos e capazes de transformar num castelo de areia qualquer resistência dialética em sentido antagônico.
É assim que se deve comportar um político em sintonia com os mais sagrados direitos e deveres da cidadania. O Brasil vive, especialmente a política nacional, um momento preocupante, no qual os políticos são vistos, sem exceção – o que é mais grave – como espertalhões, protagonistas da vida pública para tirarem proveito em causa própria e não em defesa do coletivo.
Quando alguém rompe este lugar comum, este ciclo vicioso, como é o caso de Armando, passa ser visto com desconfiança por lideranças contrariadas. Mas, em compensação, de forma muito mais respeitosa e admirável pela sociedade civil.
FERIRAM A ÉTICA– Os deputados Guilherme Uchôa (PDT) e João Fernando Coutinho (PSB), presidente e primeiro-secretário da Assembleia, respectivamente, estão passíveis de um processo comum de cassação, porque feriram o princípio da ética votando em causa própria. Candidatos à reeleição, ambos jamais poderiam ter votado em matéria da qual serão beneficiários. Se agissem com o bom senso e a ética teriam se declarado impedidos de votar.
Atentado à democracia - Em artigo postado, ontem, no meu blog, o promotor Ricardo Coelho pôs o dedo na ferida. Segundo ele, a PEC que aprovou mais uma reeleição na Alepe é inconstitucional. “É, na verdade, é um atentado à democracia”, conclui Coelho, para acrescentar que não resistirá a um exame sumário do STF.

Oportunista deve ser punido - Bem que o PMDB, liderado no Estado pelo senador Jarbas Vasconcelos, deveria abrir um processo para punir o deputado Gustavo Negromonte, que, além de ter um comportamento subserviente ao governo que o tio se opõe, votou e defendeu com ardor a PEC da reeleição na Casa. Cadê o disciplinamento partidário pregado por Jarbas e o presidente Dorany Sampaio?
Pisou na bola - Já o deputado tucano Betinho Gomes ficou muito mal na foto com o voto na PEC da reeleição. Quem tem projeto majoritário como ele, que sonha acordado em disputar a Prefeitura do Cabo, não pode contrariar a opinião pública. Disse que votou com o PSDB, mas Guerra nega que tenha feito qualquer tipo de pressão.
Falta de atenção - A presidente Dilma pediu tanta pressa na visita que fará, hoje, ao São João de Caruaru que seria melhor ter adiado a primeira passagem pelo Estado depois da posse. Chega por volta das 18 horas, vai ao Alto do Moura e depois para um jantar oferecido pelo prefeito José Queiroz e só passará apenas 30 minutos no camarote. Que horror!

CURTAS
AS ATRAÇÕES– Sem uma grande atração para o público, hoje, dia da visita antecipada de Dilma ao Pátio do Forró, o prefeito José Queiroz mexeu na programação, incluindo Fala Mansa e Geraldinho Lins.
CABRESTO– Dos 27 deputados novatos que integram a Assembleia Legislativa 24 votaram pela reeleição sem limites para a mesa diretora. Isso, na opinião da deputada Teresa Leitão (PT), põe abaixo as interpretações de que toda renovação é benéfica para o Legislativo.
BOI NA LINHA– O governador do Rio, Sérgio Cabral, que teve um parente morto no acidente com helicóptero na Bahia, viajou para Porto Seguro num jato do empresário Eike Batista, que tem contratos no Governo carioca de R$ 1 bilhão. Ele iria a festa de aniversário do empresário.

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