Enquanto assistimos ao Prefeito de São Paulo Gilberrto Kassab sair do DEM para fundar o PSD, talvez para aderir ao governo Dilma, vimos a saída de Marina Silva, que arrumou as malas e saiu do PV, por discordâncias da atual direção nacional (há 12 anos no comando da sigla).
Kassab era afilhado político do ex-prefeito e ex-governador José Serra, de quem foi vice na prefeitura, enquanto Marina veio do PT, das lutas ambientais do saudoso Chico Mendes (assassinado pelos latifundiários e grileiros). Kasssab fundou um partido, aparentemente híbrido (ninguém sabe se é oposição ou governo), sem plataforma ideológica ou programa mínimo de gestão, enquanto Marina (sem tempo hábil), ancorada nos quase 20 milhões de votos para presidente que recebeu, tenta articular um movimento na sociedade, para mobilizar causas ambientais com vistas às próximas eleições presidenciais, e é claro; deverá resulta na criação de uma nova agremiação partidária. A motivação de ambos pode até ter objetivos político-eleitorais idênticos, mas é evidente a diferença de origem e da prática política de cada um deles. Diante da polarização entre PT versus PSDB nos últimos vinte anos, Marina surge como uma terceira via, como uma alternativa, buscando sua afirmação política, mas com uma série de dificuldades.
O ex-presidente Lula construiu uma imagem e uma liderança inquestionável, mas ao seu lado, ergueu uma plataforma, aliado de um conjunto de movimentos sociais, e sobretudo, de um partido que existe de verdade (gostem dele ou não), de forma orgânica, antes e depois das eleições, que é o PT. Até mesmo o fato de ser evangélica (o que lhe faz arrebanhar uma parcela significativa do eleitorado brasileiro), cria um ambiente desagregador de outro lado, no tocante às outras religiões, mesmo com suas posturas avançadas de centro-esquerda ou progressistas. Enfim, não sabemos pra onde vai o Kassab, mas é mais fácil supor que a Marina ainda dará passos ou viagens mais longas, independente de vitória ou derrotas eleitorais, até porque, às vezes se perde uma disputa, mas se ganha um debate na sociedade, e isso não é uma questão numérica, quantitativa.
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