Goiana, uma calamidade anunciada

Toda vez que chega o inverno mais rigoroso em diversas partes do nosso País, em particular no município de Goiana-PE, a novela é sempre a mesma: o nível das águas sobe, centenas de famílias ficam desalojadas e de repente para alegria de alguns políticos heróicos se apresentando como salvadores da pátria, aparecendo sensibilizados para ajudar ao povo em calamidade. Mas, para desespero das comunidades vizinhas ao rio Goiana, em sua maioria formada por pescadores, que precisam morar próximo ao rio para buscarem seus sustentos. São pessoas honestas, que passam parte da vida construindo suas casas e comprando utensílios domésticos.   De repente vem um inverno rigoroso, fazendo as águas do rio subirem e destrói tudo que foi construído em anos de trabalho. Estes trabalhadores honestos são facilmente ludibriados por políticos inescrupulosos, que nos períodos das enchentes chegam com ajudas emergenciais e vão embora.   Durante as épocas eleitorais reaparecem nas localidades, se aproveitam da vulnerabilidade financeira dessas pessoas e prometem empregos em órgãos públicos, distribuem materiais de construção, remédios, dinheiro, etc., se elegem e vão embora, só reaparecendo nas enchentes ou nos períodos eleitorais.   (Dos aproveitadores de plantão existe uma diferença entre as diversas pessoas de bem ligadas as igrejas, ao comércio e funcionários públicos, que ajudam os menos favorecidos daquela região  de inverno ao verão, sem querer nada em troca, apenas a solidariedade humana).                 Há dezenas de anos  repete-se a situação, acontecem as enchentes, os socorros emergenciais das vítimas e promessas de ajuda futura. Ainda não tomaram atitudes para resolver esta situação, seja em realizar uma drenagem periódica do rio ou a construção de uma barragem para controlar o volume das águas ou outra ação viável elaborada por técnicos para evitar o sofrimento contínuo de várias comunidades.          Se um dia for realizado um trabalho preventivo, o povo terá mais tranqüilidade e evitaremos de assistir essa novela real, trágica e repetida a cada inverno rigoroso.