sábado, 27 de abril de 2013

Três meses após incêndio em boate, Santa Maria ainda vive em luto

Três meses após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), a rotina da cidade gaúcha permanece ligada ao trágico acontecimento que vitimou 241 pessoas, a maioria jovens, no dia 27 de janeiro deste ano.

Vigílias, homenagens e celebrações religiosas marcam o “aniversário” do acidente. A intenção da Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), que promove os eventos, é manter a programação durante os dias 26 e 27, todos os meses, por tempo indefinido.

Famílias de todos os cantos do Rio Grande do Sul costumam participar das homenagens em Santa Maria. Jovens naturais de Itaqui, Santo Ângelo, Erechim e diversas outras localidades do interior gaúcho viviam na cidade para cursar o ensino superior. Das 241 vítimas, 116 eram alunos da Universidade Federal de Santa Maria.

A construção de um memorial às vítimas, no local onde ficava a boate Kiss, está nos planos da AVTSM. O empreendimento, no entanto, aguarda a desapropriação do espaço pela prefeitura, o que só ocorrerá após liberação da polícia, que ainda mantém o local lacrado para possíveis reconstituições.

O responsável pelo julgamento dos oito réus denunciados pelo Ministério Público é o Juiz Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal e Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Santa Maria. O magistrado evita antecipar informações sobre os desdobramentos do caso, e sequer confirma se o caso chegará ao Júri Popular, como desejam os promotores.

“O processo está correndo de forma célere, com tranquilidade e serenidade, sempre permitindo à acusação e defesa o desenvolvimento dos seus trabalhos da melhor forma, sem restrições”, garante Louzada.

Os proprietários da casa noturna, Elissando Spohr e Mauro Hoffman, o cantor da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos, e o produtor do grupo, Luciano Leão, permanecem presos, acusados de homicídio com dolo eventual qualificado pela morte das 241 vítimas da tragédia, e de outras 623 tentativas de homicídio.

Uma garota que teve o pé amputado, devido às queimaduras, continua internada, em Porto Alegre. Além dela, outras três vítimas estão hospitalizadas, também na capital do estado, mas nenhuma das quatro pessoas correm risco de morrer.

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