À Polícia Civil, a juíza disse estar recebendo ameaças de morte desde que assumiu o processo contra os militares. Na noite do último dia 8, por volta das 18h, quando voltava para casa com o marido, de carro, na PE-292, entre Sertânia e Tabira, policiais que faziam sua escolta teriam freado bruscamente no meio da rodovia e descido da viatura com armas apontadas para o casal.
Ainda conforme o registro, Gustavo de Oliveira Melo, marido da juíza, dirigia o carro. O veículo da Polícia Militar seguia na frente com a sirene desligada. Os PMs Cícero José dos Santos e Antônio Vicente da Silva Sobrinho, acusados com outros 17 de torturar e matar dois agricultores em dezembro de 1998, estariam na escolta com um terceiro policial.
Os três policiais desceram armados, de acordo com o relato da juíza, registrado em boletim de número 11E0051000012. “Dois deles aproximaram-se das laterais do carro de Fabíola e o outro PM estaria com a arma apontada para o para-brisa. Ela, então, gritou e o marido acelerou o automóvel, só parando quilômetros depois, na casa de um agricultor.”
A juíza disse na delegacia que telefonou para o Grupo de Operações Especiais. A equipe do GOE acionou dois policiais civis. Esses foram até o local e fizeram no dia seguinte (quinta-feira, 9) a segurança de Fabíola até a realização da audiência sobre o crime de 1998. Ela presidiu a sessão protegida por um colete à prova de balas.
Responsável pelo comando da escolta, o soldado Antônio Vicente da Silva Sobrinho, réu no processo julgado por Fabíola, relatou ao comando do 23º Batalhão da PM, em Afogados da Ingazeira, que o marido da juíza saiu em velocidade sem motivo aparente depois que a viatura parou devido a buracos na estrada.
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