Incrível é ter de conviver com esse tipo de situação. Desde o dia 12 de Maio, as pessoas notaram que estão circulando pelos ônibus do Grande Recife cartazes que funcionam como um tipo de campanha de conscientização: "dentro do ônibus curta seu som legal, use fone de ouvido." Mas como quase tudo aqui não funciona direito, quando pegamos esse tipo de transporte coletivo, notamos a total falta de coerência ao sermos obrigados a ouvir o gosto musical do motorista, que fica em alto volume, situação em que mesmo colocando os fones fica difícil não ouvir.
O mais engraçado é sentar na frente do cartaz "use seu fone de ouvido" e ter, simultaneamente, o ouvido atingido (não necessariamente de maneira agradável) pelo que toca nos auto-falantes dos ônibus, ou até mesmo no celular das pessoas que senta! m-se ao seu lado. Sim, mas com essas pessoas não podemos fazer nada, a não ser pedir gentilmente que ela desligue ou diminua o volume de seu celular e levar como resposta um olhar mau encarado.
A solução então seria arrancar os auto-falantes? Não necessariamente, talvez com um pouco de gentileza, respeito ao próximo e noção, possamos perceber que o direito de uma pessoa acaba quando o direito de outra começa. Outra ajuda seria a Grande Recife de Consórcio intensificar a fiscalização aos ônibus dotados de equipamentos de sonorização interna, pois apesar de bem intencionada a campanha não está dando resultado e medidas práticas funcionam melhor do que decretos que preveem multas para as operadoras. Se não for assim, a Consórcio pode criar uma nova campanha: "use seus fones de ouvidos, curta seu som, proteja-se, caso contrário, submeta-se ao gosto do vizinho", pelo menos aí, teríamos um pouco menos de hipocrisia.
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